INVESTIGAÇÃO

Bolsonaro irá depor quando tivermos acesso ao processo, afirma defesa

O advogado Fabio Wajngarten, que atua defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que ainda não teve acesso aos autos do processo e que ele só deve prestar depoimento assim que receberem os documentos

Rafaela Gonçalves
postado em 03/05/2023 14:08 / atualizado em 03/05/2023 14:11
 (crédito: Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
(crédito: Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)

O advogado Fabio Wajngarten, que atua defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que ainda não teve acesso aos autos do processo e que ele só deve prestar depoimento assim que receberem os documentos. “O presidente estará à disposição como sempre esteve, das autoridades competentes, tão logo a defesa tenha acesso aos autos. Os autos estão com o ministro Alexandre de Moraes e o doutor Marcelo Bessa já peticionou pedindo acesso aos autos da apreensão de hoje”, disse, nesta quarta-feira (3/5), na saída da sede da Polícia Federal, em Brasília.

Wajngarten deixou o local para encontrar Bolsonaro na sede do Partido Liberal (PL), onde o ex-presidente se encontra desde o início da manhã. Segundo o advogado, até o momento Sérgio Cordeiro e Max Guilherme, ex-funcionários do presidente presos na operação, já prestaram prestaram depoimento e que o tenente-coronel Mauro Cid deve dar esclarecimentos em breve. “Todos estavam em suas respectivas residências, todos fizeram questão de frisar que foram muito bem tratados pelas equipes da Polícia Federal”, afirmou.

Questionado sobre a declaração de Bolsonaro de que teria entrado nos Estados Unidos sem apresentar o cartão de vacina, o advogado disse: “O Brasil inteiro conhece a posição do presidente contra a vacina e a vacina é uma decisão de cunho pessoal, cabe a cada um decidir se vai tomar vacina ou não e a opinião do presidente contra a vacinação é notória. O Brasil inteiro conhece”, declarou.

Entenda o caso

Bolsonaro foi alvo de operação da PF, nesta manhã, que apura suspeita de fraude em dados do cartão de vacina, no Ministério da Saúde. O caso está no âmbito do inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, seis pessoas atreladas ao governo do ex-presidente foram presas e 17 são alvos de busca e apreensão. Entre os presos está o ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, além dos assessores pessoais do ex-presidente Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, que trabalhavam no Planalto.

Mauro Cid também está sendo investigado no escândalo das jóias milionárias vindas da Arábia Saudita. Foi ele quem articulou, para Bolsonaro, as tentativas para recuperar os itens de luxo retidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).

De acordo com as investigações da PF, um grupo teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Segundo a PF, "as inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”.

Assim, os beneficiários puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e usá-los para burlar as restrições sanitárias impostas pelo Brasil e os Estados Unidos no período da pandemia. Entre os certificados de vacinação forjados estão os de Bolsonaro e da sua filha, Laura, de 12 anos. Além deles, os dados de Mauro Cid, sua esposa e filha também teriam sido manipulados.

 

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