Representatividade

Defensora pública diz que vaga no STF deve ser ocupada por uma mulher negra

A defensora pública federal Liana Dani participou nesta sexta-feira (5/5) do Podcast do Correio

Isabel Dourado*
postado em 05/05/2023 17:49
 (crédito: Samuel Calado/CB/D.A Press)
(crédito: Samuel Calado/CB/D.A Press)

O episódio do Podcast do Correio desta sexta-feira (5/5) recebeu a defensora Pública Federal, Liana Dani. Em conversa com as jornalistas Sibele Negromonte e Camilla Germano, do Correio Braziliense, ela destaca a importância de que uma mulher negra seja escolhida para preencher a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), após a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. A defensora diz estar engajada em promover nas redes sociais o movimento #JuristasnegrasnoSTF. E alega, também, haver uma defasagem na presença das mulheres ocupando vagas no Judiciário.

Liana reforça a necessidade de mostrar à sociedade a importância de existirem mais mulheres e homens negros ocupando espaços de poder. “A gente faz jurídica mas a gente realmente tem esse clamor para que a sociedade venha se mover também, porque o STF é um tribunal para todos e todas. Que seja indicada uma mulher negra para compor a Suprema Corte brasileira. Em especial porque, em termos da convicção do entendimento, só é possível dar um novo olhar às decisões e aos problemas que nós passamos no Brasil com novas cabeças pensantes. Falta o olhar e a perspectiva de mulheres negras, e também de homens negros.”

Liana conta ter começado a se reunir com outras mulheres dos Três Poderes para discutir a presença de mulheres em cargos de liderança ainda em 2016. “Diagnosticamos vários pontos em comum do quanto é benéfico termos a participação de mulheres em espaço de decisão e poder”, recorda.

A defensora aponta, porém, que nem todas reconhecem a importância dessa movimentação. E diz que, quando têm essa consciência, muitas são desestimuladas. A falta de uma rede de apoio e a sobrecarga da tripla jornada são alguns dos fatores que, segundo a defensora pública, impactam diretamente na possibilidade de mulheres ascenderem profissionalmente.

Tripla jornada

Ela destaca que, na pandemia da covid-19, o desafio ficou ainda mais evidente em razão da tripla jornada: expediente de trabalho, afazeres domésticos e cuidados com os filhos. Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres dedicam o dobro do tempo do que os homens para afazeres domésticos e cuidados de pessoas na casa. Enquanto elas dedicam mais de 21 horas semanais a essas tarefas, os homens gastam apenas 11.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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