Gilmar Mendes se diz "perplexo" com Bolsonaro envolvido em caso de vacina falsa

Ministro preferiu não emitir opinião sobre a possibilidade do ex-presidente ser preso, mas destacou gravidade do caso

Luana Patriolino

postado em 09/05/2023 00:46

(crédito: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se disse “perplexo” com os desdobramentos da Operação Venire, da Polícia Federal, que chegou ao nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como suspeito de participar de um esquema de adulteração de dados de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. A declaração foi dada em entrevista ao programa Roda Viva, na noite desta segunda-feira (8/5).

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O decano foi questionado se acredita em risco de prisão para Bolsonaro. Ele não quis emitir opinião sobre isso, mas apontou que essa é uma situação atípica. “A gente fica perplexo [sobre uma acusação desse tipo]. Às vezes, a gente se pergunta se há alguma coisa para descer na escala das degradações. É história da vacina, campanha anti-vacina, falsificação no cartão na Baixada Fluminense. Eu pergunto: Deus, o que falta ainda para acontecer?", disse.

Desde que voltou ao Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem enfrentado suas pendências com a Justiça. Além de inquéritos que correm nos tribunais superiores como, por exemplo, a investigação das joias sauditas e o suposto envolvimento intelectual em atos golpistas, o ex-chefe do Executivo é alvo de uma operação da Polícia Federal sobre dados falsos a respeito da vacina da covid-19.

Na entrevista, Gilmar Mendes também criticou a campanha antivacina do ex-chefe do Planalto e a defesa de Bolsonaro pelo chamado “tratamento precoce” — indicação de medicamentos sem eficácia comprovada, para tratar pessoas infectadas pela covid-19.

“Tem o aspecto da discussão sobre uma eventual política pública, mas tem aspectos de responsabilização mesmo. Prescrever cloroquina, fabricar cloroquina, quando se sabia que estava se vendendo fumaça. Isso não faz nenhum sentido e acho que isso tem que ser discutido”, apontou o decano.