Rearranjo

Rui Costa reconhece falha de articulação do governo com Marco do Saneamento

Para o ministro da Casa Civil, além da liberação de emendas parlamentares não terem atendido às expectativas dos deputados, houve um atraso na realização de reunião com líderes para discutir o tema

Victor Correia
postado em 10/05/2023 17:13 / atualizado em 10/05/2023 17:16
 (crédito:  Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reconheceu nesta quarta-feira (10/5) que o governo federal cometeu erros na articulação política com parlamentares, o que levou à derrota na votação dos decretos que vetavam trechos do Marco Legal do Saneamento. Em sua avaliação, o desencontro foi influenciado pela demora em realizar uma reunião de líderes antes que o tema fosse apreciado, e pela liberação das emendas parlamentares, que não ocorreu da forma esperada pelos deputados federais.

"Acho que nós temos que reconhecer um erro nosso. Eu tinha pedido duas ou três vezes que nós fizéssemos antecipadamente uma reunião com os líderes para apresentar o decreto [do Marco do Saneamento]. E, pelo excesso de trabalho, essa reunião, e pela agenda dos parlamentares, nós não conseguimos fazer essa reunião com antecedência", explicou o ministro em entrevista à Globonews

Segundo ele, o governo tenta corrigir a articulação em torno do Marco com o Senado, que também votará os vetos da Câmara ao decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para alterar alguns pontos da regulamentação. Rui também comentou que o Executivo não liberou emendas parlamentares à maneira como os deputados queriam.

"Eu diria que não foram empenhadas as emendas no prazo e na expectativa que os parlamentares tinham. Mas as coisas estão sendo azeitadas", enfatizou.

Reuniões com partidos aliados

O governo sofreu uma derrota na semana passada, quando a Câmara aprovou projeto para suspender os decretos de Lula que alteravam o marco. Mesmo partidos da base aliada, como PSB, MDB, PSD e União Brasil, votaram contra o governo em peso.

A derrota fez com que o Executivo repensasse a articulação com o Parlamento, já que depende das Casas para aprovar medidas essenciais, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Hoje, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reuniu-se com lideranças e ministros do PSB, incluindo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, para rearranjar a articulação. O mesmo será feito nos próximos dias com as demais legendas da base que votaram contra o decreto.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação