JUDICIÁRIO

Juíza Ludmila Lins Grilo é aposentada compulsoriamente; entenda

Ludmila Lins Grilo foi julgada pelo Conselho Nacional de Justiça, que apontou uma série de comportamentos considerados reprováveis. Ela ficou conhecida por incentivar a aglomeração durante a pandemia de covid-19

Luana Patriolino
postado em 25/05/2023 18:25 / atualizado em 25/05/2023 18:27
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

A juíza Ludmila Lins Grilo, da vara de Infância e Juventude da comarca de Unaí, Minas Gerais, foi aposentada compulsoriamente do cargo, nesta quinta-feira (25/5). Conhecida por ser seguidora do escritor Olavo de Carvalho e por ter posicionamentos negacionistas, ela já havia sido afastada das funções em fevereiro, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A aposentadoria foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), com a justificativa de “interesse público". O ato diz que a magistrada deixa o cargo com "proventos proporcionais ao tempo de contribuição", sem especificar o valor exato que será pago a ela. Segundo informações do portal da transparência do tribunal, magistrados nessa categoria recebem salário de R$ 33.924,94.

No julgamento do CNJ, foram apontados reiterados comportamentos considerados reprováveis pela Corte. Entre os mais graves estão o excesso de faltas no trabalho presencial, a disseminação de fake news, incitação de aglomeração durante a pandemia de covid-19, além de ataque aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão do colegiado foi unânime. À época também foi determinada a abertura de dois processos administrativos contra a juíza. A primeira investigação interna vai apurar se ela violou os deveres funcionais.

Juíza polêmica

Quando foi julgada pelo CNJ, Ludmila Lins Grilo alegou, em sua defesa, que é vítima de um “assassinato de reputação” e de um “estardalhaço midiático”. Ela disse que deixou o expediente presencial e começou a fazer audiências a partir de cidades alternadas porque passou a sofrer ameaças por conta da atuação na magistratura.

Grilo afirmou ainda que “tanto o CNJ, quanto o TJ-MG mostraram absoluto desprezo e, no mínimo, indiferença pela minha integridade física e pela minha vida”. “Lamentavelmente o estado falhou e coube a mim mesma promover as medidas necessárias para promover adequadamente a minha segurança”, declarou.

Relembre as polêmicas envolvendo a juíza:

  • Em uma publicação das redes sociais, ela refere-se aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso como “perseguidores-gerais da República do Brasil;
  • Respondeu a uma publicação sobre atos antidemocráticos com críticas ao inquérito das fake news: “ato autoritário é juiz abrir inquérito e figurar como vítima, investigador e julgador ao mesmo tempo”;
  • Post criticando do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) de cumprimento de busca e apreensão contra um candidato ao Senado pelo estado;
  • Em outra publicação, ela chama o posto de juíza de “carguinho”;
  • Acusou os ministros do STF de “ativismo judicial” e sugeriu impeachment deles;
  • Publicou no Twitter: "A aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro".
  • Divulgou um vídeo de fogos de artifício vistos de uma praia com a frase "Feliz Ano Novo!", seguido pela hashtag #AglomeraBrasil.


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação