8 de janeiro

CPMI deve iniciar depoimentos por Anderson Torres e financiadores dos atos

De acordo com o plano de trabalho apresentado nesta terça (6/6), também devem ser ouvidos o ministro Flávio Dino, o ex-interventor no DF Ricardo Capelli e o generais Augusto Heleno e Gonçalves Dias

Victor Correia
postado em 06/06/2023 10:40
 (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
(crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques terroristas de 8 de janeiro, em Brasília, deve iniciar os depoimentos pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e por financiadores dos atos e dos acampamentos golpistas. A programação consta no plano de trabalho apresentado nesta terça-feira (6/6) pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O documento ainda precisa ser votado pelos integrantes do colegiado.

Também devem ser ouvidos, durante as investigações, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o secretário-executivo da pasta, então interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli; bem como os ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, do governo Bolsonaro, e Gonçalves Dias, do governo Lula. Não há menção, no documento apresentado hoje, de requerimento para oitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O plano de trabalho que proponho se inicia com a oitiva do agente público que, na ocasião, ocupava o cargo estratégico no comando da segurança pública do DF. Concomitantemente, serão deliberados os requerimentos de informações, a partir das quais se espera, como natural desdobramento, a investigação dos demais fatos elencados no Requerimento que embasou a instauração desta CPMI", declarou a relatora ao apresentar o plano.

Outros ataques golpistas

Eliziane propôs que, em seguida, sejam ouvidos os financiadores dos atos antidemocráticos que levaram aos atos terroristas na capital federal e dos investigados pelo ataque à sede da Polícia Federal, em 12 de dezembro de 2022, e da tentativa de atentado a bomba ao Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro.

A senadora disse ainda que não descarta investigar o papel das plataformas digitais na disseminação de notícias falsas, relacionadas ao ataque antidemocrático, "não necessariamente por intencionalidade das empresas, mas por modelos de negócio que carregam em seu bojo riscos sérios e perigosos ao Estado Democrático de Direito".

Veja as linhas gerais para o plano de trabalho da CPMI:

  • A atuação de Anderson Torres, enquanto Ministro da Justiça e Segurança Pública, e sua relação com a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com o seu então diretor, Silvinei Vasques, no segundo turno das eleições e diante das manifestações golpistas ocorridas nas rodovias nacionais logo após o resultado das eleições;
  • A atuação de Anderson Torres, enquanto secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Os acontecimentos dos dias 12 e 24 de dezembro de 2022;
  • Os acampamentos na região do Quartel-General do Exército e os atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes para identificar seus mentores, financiadores e executores;
  • O planejamento e a atuação dos órgãos de segurança pública da União e do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, bem como o apagão na execução das medidas de contenção;
  • As manifestações públicas e em redes sociais de agentes políticos contra o resultado das eleições;
  • A relação do tenente-coronel Mauro Cid com pessoas envolvidas com o fato determinado investigado na CPMI e com eventuais conspirações golpistas;
  • A atuação dos órgãos das Forças Armadas e sua relação com os acampamentos na região do Quartel-General do Exército.

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