Judiciário

Associação de procuradores insiste em lista para novo PGR

ANPR propõe que sucesso de Augusto Aras saia da relação de nomes que apresentou. Lula já avisou que não vai considerar as sugestões da entidade, pois não há previsão constitucional

Luana Patriolino
postado em 12/06/2023 03:55 / atualizado em 12/06/2023 13:36
 (crédito:  Rosinei Coutinho/SCO/STF)
(crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

Mesmo com a advertência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não seguirá a lista tríplice, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou, no fim de maio, os três indicados para suceder Augusto Aras na Procuradoria Geral da República (PGR). São eles: José Adonis, Luiza Frischeisen e Mario Bonsaglia.

A relação de nomes não está prevista na Constituição, mas é bem vista entre as entidades de classe. Depois de ser escolhido pelo presidente da República, o indicado à PGR também deve passar por uma sabatina, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, para ser avalizado pelos parlamentares.

O cientista político Rafael Rodrigues Viegas, doutor em Administração Pública e Governo pela FGV-SP, tece críticas à elaboração da lista. Ele classifica a iniciativa como corporativista. “Trata-se de um projeto político de uma corporação para dar poder a um grupo de procuradores políticos que barganham com os candidatos todos os tipos de vantagens corporativas no eventual governo. A lista não está prevista em lei e faz todo sentido que não esteja”, ressaltou.

Fora da relação divulgada pela ANPR, outros dois nomes se destacam: o dos subprocuradores Carlos Frederico Santos e Nicolao Dino. O primeiro ganhou projeção por ser o autor das ações relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro e, no Ministério Público Federal (MPF), é considerado moderado e discreto.

No caso do segundo — que vem se movimentando para se viabilizar como candidato à sucessão de Aras —, há contra ele a consanguinidade com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Pesa, ainda, um fator considerado excludente pelo governo: defender a Lava-Jato. Também é mal vista a possibilidade de, como o irmão, Nicolao ficar à vontade sob os holofotes — característica que tem incomodado ministros palacianos.

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