CPMI do 8/1

Presos por bomba no Aeroporto de Brasília participaram do ataque à PF

A CPMI que investiga os atos antidemocráticos ouve nesta quinta-feira (22/6) peritos e policiais que investigaram a tentativa de atentado a bomba no aeroporto em dezembro

Victor Correia
postado em 22/06/2023 11:07 / atualizado em 22/06/2023 11:11
Diretor do Departamento de Combate à Corrupção (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal, Leonardo de Castro -  (crédito: Reprodução/TV Senado)
Diretor do Departamento de Combate à Corrupção (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal, Leonardo de Castro - (crédito: Reprodução/TV Senado)

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques de 8 de janeiro, o diretor do Departamento de Combate à Corrupção (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Leonardo de Castro, declarou nesta quinta-feira (22/6) que dois dos envolvidos na tentativa de ataque a bomba na véspera do Natal, em Brasília, estiveram envolvidos na tentativa de invasão da sede da Polícia Federal (PF) no dia 12 de dezembro, e na depredação das imediações. Ele é ouvido ao lado de outros peritos e policiais que atuaram nas investigações.

Alan Diego e Wellington Macedo, que são investigados pela tentativa de ataque, já haviam sido identificados pela Polícia Civil antes do ataque por sua participação no ataque à sede da PF em Brasília, que resultou na queima de veículos e depredação da área central da capital. Os atos ocorreram com pouco menos de duas semanas de diferença.

"Em menos de dois dias [de investigação], identificamos nove pessoas que estavam na manifestação [do dia 12/12] e pedimos duas prisões. Na segunda-feira, estávamos com mais 18 identificados, emitimos mais mandados de busca e solicitamos nove prisões", declarou o diretor do Decor aos parlamentares. 

Segundo Leonardo, as prisões de Alan e Wellington foram expedidas apenas após a tentativa de atentado a bomba no dia 24. O primeiro dos envolvidos a ser preso foi George Washington de Oliveira, que confessou ter colocado a bomba embaixo de um caminhão-tanque, nas proximidades do aeroporto. Ele foi preso em um prédio do Sudoeste.

 

Foragido

Segundo imagens de câmera de segurança exibidas pela CPMI, um carro passou várias vezes ao lado do caminhão-tanque estacionado. Na última passagem, o carro passou devagar, momento no qual, segundo os investigadores, George Washington plantou uma caixa com a bomba.

"Ele circulou no centro de Brasília naquela madrugada, passou três ou quatro vezes no local onde estava o caminhão e, numa dessas situações, o carro passou de forma bem devagar, momento em que foi colocada uma caixa no caminhão", contou Leonardo.

Durante a investigação, a polícia determinou que o carro era propriedade da esposa de Wellington Macedo, que já havia sido preso em 2021 e era monitorado por tornozeleira eletrônica. O blogueiro bolsonarista destruiu a tornozeleira em um local de Ceilândia, e está foragido desde então.

Já Alan Diego foi citado por George Washington no interrogatório, e a polícia identificou que os dois conversaram por telefone no dia dos ataques de 12 de dezembro. Na véspera do Natal, durante a tentativa de atentado, Alan tentou falar com George Washington, mas não foi atendido. Também foram encontrados fragmentos de digitais de Alan no carro apreendido.

Mais tarde, a CPMI também ouvirá George Washington.

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