O senador Magno Malta (PL-ES), segundo vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, afirmou, na segunda-feira (26/6), que o ex-diretor de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Jorge Eduardo Naime, é um “preso político”.
Segundo o parlamentar, o depoimento de Naime comprova que a prisão não é justa. “Os nossos códigos todos, o Código Penal e Militar, dizem que o cidadão preso, na situação onde ele está, tem cinco dias para que ele tenha todas as informações e saiba o porquê está preso. E, na verdade, ele tem seis meses (detido) e não sabe o porquê.”
“Nós estamos completamente convencidos, enquanto oposição, de que ele é preso politico”, disse Malta, que ainda declarou que o depoimento “derrubou narrativas” e que, em nenhum momento, o policial “negou respostas”.
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Na oitiva, Naime declarou não saber a razão de estar detido, pois o controle da situação nos atos golpistas foi tomado quando ele assumiu o comando da PM. “A situação do dia 8 começa a se resolver e os prédios públicos começam a ser desocupados exatamente quando eu chego e começo a comandar as tropas da polícia militar.”
Durante a sessão de segunda-feira, o deputado André Fernandes (PL-CE) também afirmou que Naime está no centro de uma “injustiça” e que tentaria revogar a prisão do coronel.
“E eu deixo aqui claro para todo o Brasil que eu estarei, após esta sessão, me reunindo com o máximo de parlamentares possíveis para, juntos, assinarmos um pedido de revogação da sua prisão”, defendeu o parlamentar.
Omissão
O ex-diretor de Operações da Polícia Militar do DF está preso desde fevereiro na Academia Militar, acusado de omissão diante da invasão da sede dos Três Poderes. A investigação aponta que Naime teria se ausentado no dia do ataque e teria sabotado a segurança, junto com outros integrantes da PMDF e da Secretaria de Segurança do DF, como o próprio ex-secretário, Anderson Torres.
A defesa de Naime pediu por sua liberdade na Justiça, após Torres ser solto. No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) negou. Para o subprocurador Carlos Frederico Santos, a concessão de liberdade seria um risco às investigações.
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