ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Réus admitiram intenção de tomar o poder, dizem policiais do Senado

Policiais legislativos disseram, em depoimento ao STF, acreditar que uma parte do grupo que participou dos atos golpistas de 8 de janeiro agiram de forma planejada

Correio Braziliense
postado em 28/06/2023 16:52 / atualizado em 28/06/2023 18:55
 (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Agentes da Polícia Legislativa do Senado Federal disseram ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (28/6), que participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro admitiram a intenção de tomar o poder. De acordo com os policiais, os réus disseram que o objetivo da ação era contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo informações divulgadas pelo portal G1, o policial legislativo Caio César Grillo contou durante o depoimento que, no dia da invasão dos Três Poderes, um dos réus sentou na cadeira do presidente no plenário do Senado e afirmou que tinha "acabado". "Me chamou atenção o grau de descompasso. Um manifestante sentou na cadeira de presidente, e virou pra mim e falou: 'Agora acabou, né... Os deputados senadores caiu todo mundo'", detalhou.

Grillo explicou que, ao sentar na cadeira do presidente, os invasores acreditavam que tinham tomado o Poder Legislativo e que, com isso, estavam “adquirindo os Poderes da República nas mãos”. “Depois entendi. Ele explicou que, ao sentar na cadeira do presidente, acabou o Poder Legislativo, que passaria ao domínio do povo”, contou

“Eles achavam que ao invadir o prédio haveria vitória do lado deles. Eles acreditavam que bastava sentar na cadeira do presidente, e estariam adquirindo os Poderes da República nas mãos", complementou Grillo. O policial ainda expôs que, dentro do plenário do Senado, os invasores gritaram pedindo a retirada dos ministros do STF e proferiram palavras de ordem golpistas.

“O Congresso é nosso”, disseram os invasores

Outro policial legislativo ouvido nesta quarta-feira (28/6), Everaldo Moreira, afirmou ao STF que a organização dos invasores chamou atenção. Ele avaliou que os manifestantes agiram de forma planejada, com o intuito de retirar o presidente Lula do poder.

"Em regra, a queixa era essa. O motivo da manifestação era o fato da eleição do presidente, para mostrar que queriam tomar as sedes do Poder", relatou. "Entrei no plenário do Senado e, na medida que entravam, dava para perceber que alguns comemoravam: 'O Congresso é nosso. O povo venceu'. Gravavam vídeos", ressaltou Moreira em depoimento ao STF.

O agente revelou que houve uma organização prévia dos manifestantes. Ele contou que houve distribuição de tarefas, recomendação de como deveriam se portar e orientação para vestir capa de chuva, no intuito de proteger a pele dos efeitos químicos de substâncias que poderiam ser disparadas contra eles. O uso de máscaras profissionais também estava entre as sugestões, de acordo com o divulgado pelo G1.

Moreira e Grillo foram ouvidos pelo STF como testemunhas de acusação. Eles foram indicados pela Procuradoria-Geral da República e prestaram depoimento nas ações contra os réus suspeitos de executarem, planejarem ou incitarem os atos golpistas.

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