Rio Grande do Sul

Lula critica Bolsonaro, mas não comenta decisão por inelegibilidade

"Alguém me diga uma obra pública feita pelo governo anterior. Na verdade, não existe. Não tem uma obra. Por Deus do céu, eu não sei o que foi feito por quatro anos a não ser mentira, destilação de ódio", disse Lula em viagem ao Rio Grande do Sul

Ingrid Soares
postado em 30/06/2023 16:25 / atualizado em 30/06/2023 17:02
Em Viamão, Rio Grande do Sul, presidente Lula entrega unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida
 -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Em Viamão, Rio Grande do Sul, presidente Lula entrega unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (30/6), da cerimônia de entrega de 446 residências do programa Minha Casa, Minha Vida, em Viamão, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o chefe do Executivo não comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, por 5 votos a 2, tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. No entanto, o petista voltou a criticar Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente não fez entregas de obras e se empenhou em mentiras durante o mandato.

"A gente pode mudar esse país, a primeira coisa é tentar tirar o ódio de dentro das pessoas", apontou. "Eu viajo muito, em todo estado que eu chego, faço a pergunta: alguém me diga uma obra pública feita pelo governo anterior. Na verdade, não existe. Não tem uma obra. Por Deus do céu, eu não sei o que foi feito por quatro anos a não ser mentira, destilação de ódio, provocação de mentira, ofensas a todo o mundo. Esse país não é assim. O povo brasileiro não é assim, é um povo muito fraterno, carinhoso, um povo bondoso. A gente não quer brigar", emendou.

Momentos antes, parte da plateia composta por petistas, comemorou a decisão do TSE e entoou gritos de "inelegível".

"Dentro do Palácio não tem notícia boa"

O presidente falou ainda sobre suas viagens e justificou que "dentro do Palácio não tem notícia boa". "Se vocês me convidarem aqui para inaugurar uma fábrica de palito de dente, eu venho. É preciso passar a ideia de que as coisas estão acontecendo. Você não pode ficar dentro do Palácio porque dentro do Palácio não tem notícia boa. Todo mundo que aparece no Palácio é para te pedir alguma coisa, ou cobrar alguma coisa. Mas, quando você sai na rua, você vai encontrar com o povo. E o povo pode te cobrar", continuou.

"Muitas vezes, nós políticos achamos ruim quando o povo vaiar a gente. Quando o povo aplaude, a gente adora. Quando a gente é candidato, a gente anda com o carro aberto, estendendo as mãos para todo mundo. Quando você é eleito, arruma um monte de segurança que contrata carro preto. Quando você entra, a porta do carro não abre, você sai corrido e não pode nem cumprimentar as pessoas. Então, obviamente, o povo tem razão de desconfiar", disse.

Desigualdade

O petista também relatou conversa com o papa Francisco há uma semana e disse querer fazer uma "campanha contra a desigualdade no mundo". "Não é possível desigualdade racial, de classe, de gênero, educação, na saúde, na rua que a gente mora. A desigualdade na comida. Tem uns que comem 10 vezes por dia e tem outros que passam três dias sem comer. Não é justo, nem é normal isso. Essa pobreza, na verdade, é falta de vergonha de quem governou esse país durante tantos anos. Nós provamos em 2012 que era possível acabar com a fome nesse país. Quando eu voltei tinha 33 milhões passando fome. Nós vamos acabar outra vez", prometeu.

Após o evento, Lula participou de um almoço oferecido pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. À tarde, o presidente visitará as novas instalações do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e participará da solenidade de inauguração formal dos novos blocos do hospital. Ele retorna a Brasília no final da noite.

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