INVESTIGAÇÃO

Hacker Walter Delgatti depõe na PF sobre tentativa de fraude nas eleições

Delgatti está preso desde o início de agosto por suspeita de tentar invadir as urnas eletrônicas. Ele afirmou que se encontrou com ex-presidente Bolsonaro por intermediação de Carla Zambelli

Delgatti Neto está preso desde agosto por suspeita de tentar inteferir no processo eleitoral -  (crédito: Ed Alves/D.A Press)
Delgatti Neto está preso desde agosto por suspeita de tentar inteferir no processo eleitoral - (crédito: Ed Alves/D.A Press)
Luana Patriolino
postado em 16/08/2023 17:09 / atualizado em 16/08/2023 17:14

O hacker Walter Delgatti Neto — preso desde o início de agosto — depõe na tarde desta quarta-feira (16/8), na sede da Polícia Federal, em Brasília. A oitiva estava marcada para começar às 13h, mas ele só chegou ao edifício-sede da corporação por volta das 13h10. O homem é investigado por suspeita de tentativa de fraudar a eleição por meio da invasão das urnas eletrônicas.

Segundo a defesa, ele deverá ficar em silêncio durante o depoimento e prestar esclarecimentos apenas amanhã (17), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O hacker foi preso preventivamente em 2 de agosto, durante operação da Polícia Federal que apura a suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

Delgatti Neto ficou conhecido por hackear trocas de mensagens do ex-juiz da Operação Lava-Jato Sergio Moro, hoje senador, e do ex-procurador da República e deputado cassado Deltan Dallagnol. Essa é a terceira vez que ele é detido. Na operação de agosto, a PF também fez buscas em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ele havia falado aos investigadores que a bolsonarista pediu para que ele invadisse as urnas eletrônicas, além da conta de e-mail e telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O hacker também informou à Polícia Federal que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em agosto de 2022, por intermediação de Zambelli. Na ocasião, ele afirmou que o ex-chefe do Executivo questionou se era possível invadir o sistema de votação do TSE.

 

 

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