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Salto de preço nas bombas de combustíveis assusta o consumidor

Cálculos iniciais do Sindicombustíveis-DF previam um reajuste médio de R$ 0,69 para o diesel e de R$ 0,29 para a gasolina. Mas a realidade trouxe números bem maiores: R$ 0,84 no diesel e R$ 0,43 na gasolina

Posto Shell 306 Norte: nele, a gasolina comum encostou nos R$ 6,00 -  (crédito: Raphael Pati/CB/D.A. Press)
Posto Shell 306 Norte: nele, a gasolina comum encostou nos R$ 6,00 - (crédito: Raphael Pati/CB/D.A. Press)
Raphael Pati*
postado em 17/08/2023 03:55 / atualizado em 17/08/2023 14:23

Depois de a Petrobras anunciar o aumento, na terça-feira, os preços da gasolina e do diesel nas distribuidoras de todo o país, ontem foi dia de os consumidores caçarem os postos que ainda mantinham valores antigos dos combustíveis. O Correio percorreu o Plano Piloto e constatou a razão de preocupação dos motoristas: em alguns postos, a gasolina já encostou nos R$ 6,00.

Cálculos iniciais do Sindicombustíveis-DF previam um reajuste médio, na bomba, de R$ 0,69 para o diesel e de R$ 0,29 para a gasolina. Mas, segundo a entidade, a realidade trouxe números bem piores: R$ 0,84 no diesel e R$ 0,43 na gasolina, o que assustou os consumidores.

No Posto BR na entrada do Sudoeste, a gasolina comum atingiu R$ 5,89. Já no Posto Shell da 306 Norte, o mesmo combustível era comercializado ainda mais caro — R$ 5,99. Para o motorista de aplicativo Wendel Santos, de 25 anos, aumentos assim pesam cada vez mais no bolso de quem trabalha com transporte.

"Quanto maior o preço, menor é o lucro, que já não é grande. Acho que vai chegar a um ponto que não vai compensar mais", disse.

Para o empresário Armando Novaes de Carvalho, 61, a responsabilidade da escalada de preços é só da Petrobras. "Tem de aplicar uma política de preços que seja mais compatível com a realidade da sociedade. Se aumenta o diesel, o frete fica caro e, aí, aumenta tudo", lamentou.

Sobre os aumentos além do esperado, as distribuidoras alegam que isso ocorre devido à importação a preços mais elevados para suprir a dificuldade de refino no mercado interno. Para o presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, a expectativa é que as empresas reduzam o quanto antes a defasagem de preços.

"Esperamos que com os investimentos no setor de refino, já anunciados pela Petrobras, possamos rapidamente ser menos dependentes da importação dos derivados, já que temos autossuficiência na produção de Petróleo", afirmou.

*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi

 

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