G20

No G20, Lula volta a cobrar financiamento do combate às mudanças climáticas

O presidente mencionou o ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul e anunciou uma Força Tarefa para mobilização global contra a mudança do clima durante sua gestão à frente do grupo

O chefe do Executivo ainda mencionou dados de desmatamento da Amazônia e disse que o Brasil
O chefe do Executivo ainda mencionou dados de desmatamento da Amazônia e disse que o Brasil "está fazendo sua parte" - (crédito: Ricardo Stukert/ Secom)
Rafaela Gonçalves
postado em 09/09/2023 08:49

Em seu discurso de abertura da Cúpula do G20, que acontece neste sábado (9/9), em Nova Délhi, na Índia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou que os países ricos cumpram suas promessas de ajudar no financiamento no combate às mudanças climáticas. Ele afirmou que, ao assumir a presidência do grupo em 2024, o Brasil irá lançar uma mobilização internacional para tentar lidar com a questão do meio ambiente e do clima.

“Quem mais contribuiu historicamente para o aquecimento global deve arcar com os maiores custos de combatê-la. Esta é uma dívida acumulada ao longo de dois séculos. Desde a COP de Copenhague, os países ricos deveriam prover US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida”, declarou.

Lula mencionou o ciclone que atingiu o estado do Rio Grande do Sul: “O aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética. Agora mesmo no Brasil, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais. Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis.”

O presidente brasileiro disse ainda que não faltam recursos para os países ricos financiarem ações de preservação ambiental e citou como exemplo o gasto de mais de US$ 2,24 trilhões em 2022 com o comércio de armas no mundo. “Essa montanha de dinheiro poderia estar sendo canalizada para o desenvolvimento sustentável e a ação climática”, disse.

O chefe do Executivo ainda mencionou dados de desmatamento da Amazônia e disse que o Brasil “está fazendo sua parte”. “A proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da Amazônia estão entre as prioridades do meu governo. Nos primeiros 8 meses deste ano reduzimos o desmatamento em 48% em relação ao mesmo período do ano passado. Sediamos, há um mês, a Cúpula da Amazônia e lançamos nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma.”

Força Tarefa

Ele afirmou ainda que as energias renováveis, os biocombustíveis, a socio-bio-economia, a indústria verde e a agricultura de baixo carbono devem gerar empregos e renda, inclusive para as comunidades locais e tradicionais. Além disso, anunciou uma Força Tarefa para mobilização global contra a mudança do clima durante sua gestão à frente do grupo.

“Queremos chegar na COP 30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas”, destacou.

Ao final da Cúpula, o Brasil receberá de forma simbólica o comando rotativo do bloco, que reúne representantes de 19 países e da União Europeia. Esta será a primeira vez que o país presidirá o G20, desde a criação do grupo, em 1999. As nações que fazem parte do grupo representam cerca de 80% da economia global, o mandato brasileiro irá de dezembro deste ano a novembro de 2024 e o Rio de Janeiro será a sede da Cúpula no próximo ano.

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