A greve dos funcionários do Metrô de São Paulo, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já tem causado caos no estado na manhã desta terça-feira (3/10). A paralisação tem duração prevista de 24 horas e afeta, no transporte, quatro linhas de Metrô e cinco da CPTM. As três categorias protestam contra a privatização dos serviços, atualmente geridos pelo Estado de São Paulo.
Em comunicado feito nesta manhã, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticou a ação dos trabalhadores, afirmando que a greve é "ilegal e abusiva" e é movida por "interesses políticos e ideológicos" de sindicatos.
"É lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos. Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso Estado", escreveu o governador, nas redes sociais na manhã desta terça.
Essa é a quarta convocação de greve que os metroviários fazem em 2023. As categorias afirmam que a transferência das operações ao setor privado carece de maior discussão com a sociedade e que projetos do tipo podem piorar a qualidade do serviço. Por outro lado, a gestão de Tarcísio tem ressaltado que os projetos de concessão à iniciativa privada estão sendo debatidos.
A paralisação dos trabalhadores vem após a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que concedeu uma liminar ao governo paulista na sexta-feira (29/9), determinando que os metroviários mantenham 100% da operação nos horários de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários.
Em entrevista coletiva nesta manhã, o governador Tarcísio alegou que a desestatização não deve ser motivo para que a população do estado seja "privada de um serviço essencial". O chefe do Executivo estadual também reforçou que o governo vai continuar com os estudos de concessões de linhas do metrô, CPTM e Sabesp à iniciativa privada.
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