O PSol vai entrar no Conselho de Ética com uma ação contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que enviou à embaixada dos Estados Unidos uma lista de políticos e ativistas que supostamente apoiam o Hamas, grupo extremista islâmico que atua na Faixa de Gaza, e que praticou atentado contra civis israelenses.
Nessa relação, o parlamentar bolsonarista incluiu cinco deputados do PSol: Ivan Valente (SP), Sâmia Bonfim (SP), Talíria Petrone (RJ), Fernanda Melchionna (RS) e Glauber Braga (RJ). O partido pede a cassação do mandato de Gayer e irá acioná-lo também no Supremo Tribunal Federal (STF), com uma queixa-crime, por difamação.
Para o partido, a ação do deputado goiano é "extremamente grave e atenta contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumprindo os deveres parlamentares ali expostos e princípios sensíveis da Constituição Federal; descumpre os deveres postos no Código de Ética da Câmara dos Deputados e desborda, ainda, em ilicitude penalmente tipificada. Sua prática, por conseguinte, é inconstitucional, ilegal e não compatível com a ética e o decoro parlamentar", diz o partido na representação.
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O PSol entende que, além publicizar uma informação falsa, Gayer criminaliza todos os que defendem a Palestina, disseminando "discursos de ódio e de desinformação".
"O que o deputado Gayer fez é crime. Ele tem que pagar na justiça comum e perder o mandato. Tem que ter cassação para frear a Gestapo bolsonarista", afirma o deputado Ivan Valente (Psol-SP).
A presidente do PSol, Paula Coradi, diz que se trata de uma perseguição política contra parlamentares e ativistas. “É um absurdo que parlamentares, no uso de seus mandatos, promovam campanhas de difamação contra políticos e partidários de diferentes orientações ideológicas. O PSol condena de forma veemente a exposição e perseguição política de parlamentares e ativistas, nesse caso, muito mais grave, pois além de ferir os princípios da democracia, também fere a nossa soberania", disse a dirigente do partido.
Fernanda Melchionna afirmou se tratar de uma tentativa de intimidação do deputado contra quem defende a Palestina. "Não deixaremos passar batido e muito menos deixaremos de defender a autodeterminação da Palestina e o fim do genocídio", afirmou.
O deputado bolsonarista, além do envio de um ofício com os nomes, os postou nas suas redes sociais. Foram citados nomes de 19 deputados ao todo. Ele afirmou que os nomes de políticos, instituições e entidades civis dessa lista "em algum momento manifestaram publicamente apoio" ao "grupo terrorista".
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