O presidente do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan), Leandro Grass, disse nesta quinta-feira (5/10) ver disposição dos Poderes para remover as grades colocadas ao redor da Praça dos Três Poderes e das sedes do Legislativo e do Judiciário.
Em sua visão, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de remover as estruturas na frente do Planalto influenciou, de forma positiva, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o Iphan estuda projetos para incentivar o uso do local pela população.
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"Vejo disposição, não agora mas talvez daqui a algum tempo, para que toda a Praça, toda aquela área, seja devidamente colocada a serviço da população. Para quem nasceu e cresceu em Brasília, era muito legal, muito gostoso, poder ocupar aquele espaço", avaliou Grass em café da manhã com jornalistas na sede do instituto.
Poderes são responsáveis por suas sedes
O presidente do Iphan disse entender o motivo da colocação das barreiras, devido aos eventos do ano passado, às ameaças aos Poderes e aos ataques consumados durante o 8 de janeiro desta ano. Ele celebrou, porém, a decisão do Planalto de remover parte das grades.
"Estimulamos que os demais Poderes também o façam. Mas nós não podemos impor isso aos Poderes, porque eles são proprietários, gestores dos próprios bens e de suas áreas do entorno", explicou Grass.
"Nós temos dialogado bastante. O próprio ministro [Luís Roberto] Barroso, que recentemente assumiu [a presidência do STF], esteve conosco aqui conversando sobre a Praça e sobre outros projetos. O [presidente do Senado] senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente [da Câmara] Arthur Lira (PP-AL), o próprio presidente Lula. Todos parecem que têm o mesmo espírito, que é o espírito de ocupação popular desse lugar", comentou ainda.
Para o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Rosenthal Schlee, os ataques de 8 de janeiro demonstraram a ineficácia das barreiras em proteger o patrimônio público. "Na verdade, elas foram utilizadas como elementos móveis para quebrar, para invadir e servir aos terroristas que vandalizaram os palácios dos nossos Três Poderes", disse ele, também citando a decisão do Planalto.
"Isso me parece que tem contaminado os demais poderes, no bom sentido e, em breve, a gente vai ter uma solução mais limpa do ponto de vista de elementos estranhos", acrescentou.
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