PAÍS VIZINHO

Eleições na Argentina: PT formaliza apoio a Massa em disputa contra Milei

Massa candidato da coalizão União pela Pátria, que tem maioria de partidos de esquerda, embora inclua também legendas de centro e de direita

O documento, que traz a data desta segunda-feira, 6, é assinado pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e pelo Secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)
O documento, que traz a data desta segunda-feira, 6, é assinado pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e pelo Secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira - (crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)
postado em 05/11/2023 20:42 / atualizado em 05/11/2023 20:42

O PT publicou neste domingo, 5, uma nota oficial na qual declara apoio à candidatura de Sergio Massa à presidência da República na Argentina. "Não temos dúvida em apoiar a candidatura de Sergio Massa, da coalizão União pela Pátria, no nosso país irmão. Defendemos a integração regional para trazer a justiça social, a paz, a democracia e um projeto de desenvolvimento", diz um trecho da nota do PT.

O documento, que traz a data desta segunda-feira, 6, é assinado pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e pelo Secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira.

O peronista Sergio Massa é o atual ministro da Economia do governo de Alberto Fernandez, de centro-esquerda. Ele é o candidato da coalizão União pela Pátria, que tem maioria de partidos de esquerda, embora inclua também legendas de centro e de direita. No dia 19 de novembro, Massa enfrentará o libertário Javier Milei, candidato da coalizão Liberdade Avança. Massa ficou em primeiro lugar no primeiro turno, mas pesquisas indicam uma disputa apertada no segundo turno.

Economista e oriundo do mercado financeiro, Milei defende propostas liberais para a economia, como a dolarização da economia argentina, a redução dos gastos públicos e de impostos. Também prega a desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.

"(...) Dois projetos de sociedade se enfrentam: um, representado pela candidatura presidencial de Sergio Massa, de perfil democrático e popular, com um programa de governo de desenvolvimento e justiça social; e outro, do candidato Javier Milei, representando a extrema-direita e o ultra neoliberalismo econômico do salve-se quem puder", diz um trecho da nota do PT

"Nós, brasileiros e brasileiras, conhecemos bem essa segunda alternativa de extrema-direita, que também governou nosso país no período anterior. Conhecemos toda a dor e o sofrimento que o descaso com a vida do povo significou para nosso país", continua o texto do partido, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

A nota de apoio do PT neste domingo contrasta com o silêncio do principal líder da sigla, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo diante de pedidos de aliados, Lula evitou até o momento declarar formalmente apoio ao candidato peronista - o que não significa que não tenha agido para ajudá-lo. No fim de agosto, Lula reuniu-se com Massa em Brasília.

Massa argentino também foi recebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Brasil e Argentina anunciaram na ocasião um acordo de US$ 600 milhões para garantir o financiamento das exportações brasileiras ao país vizinho, que sofre com a falta de dólares.

Como mostrou o Estadão, Lula atuou em operação para liberar um empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Argentina, de modo que a Casa Rosada pudesse pagar uma dívida anterior com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além disso, profissionais do marketing político ligados ao PT também estão na Argentina atuando na campanha de Massa. Não por acaso, a campanha do peronista usa temas que o PT costuma explorar no Brasil, como o resgate da autoestima e o sentimento de unidade nacional, repetindo estratégia petista usada contra Bolsonaro. Marqueteiros brasileiros como Raul Rabelo, Otávio Antunes e Halley Arrais buscam caracterizar uma eventual gestão do direitista Milei como um "salve-se quem puder", sem regras e nem leis.

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