ELEIÇÕES MUNICIPAIS

PT aproveita efeito Lula, cresce para 2024 e filia prefeitos até do PL

Partido ganhou 51 novos prefeitos por meio de migração partidária. A legenda saiu de um total de 183 eleitos em 2020 para atuais 234 gestores municipais

O avanço do PT foi puxado pelos estados do Piauí, Ceará e Bahia, todos comandados por governadores petistas. Mas também houve novas filiações pontuais no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

 -  (crédito: Ricardo Stuckert / PR)
O avanço do PT foi puxado pelos estados do Piauí, Ceará e Bahia, todos comandados por governadores petistas. Mas também houve novas filiações pontuais no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul. - (crédito: Ricardo Stuckert / PR)
João Pedro Pitombo - Estado de Minas
postado em 13/11/2023 17:48

De olho nas eleições municipais do próximo ano, o PT abriu as portas para novos filiados, cresceu em número de prefeituras e atraiu para os seus quadros até mesmo prefeitos do PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Embalado pela vitória de Lula para a Presidência no ano passado, o partido ganhou 51 novos prefeitos por meio de migração partidária, segundo dados dos 26 diretórios estaduais. A legenda saiu de um total de 183 eleitos em 2020 para atuais 234 gestores municipais.

Com o vento a favor, o partido começa a deixar para trás o cenário adverso de 2020, quando saiu das urnas com 183 prefeitos, pior desempenho desde 1996. O auge do partido em uma eleição municipal foi em 2012, sob presidência de Dilma Rousseff, quando conquistou 644 prefeituras.

O avanço do PT foi puxado pelos estados do Piauí, Ceará e Bahia, todos comandados por governadores petistas. Mas também houve novas filiações pontuais no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

A tendência é que o número de prefeitos petistas cresça até abril de 2024, prazo máximo para novas filiações dos políticos que vão disputar as eleições.

"Ao contrário do que acontece nos cargos proporcionais, os prefeitos são donos do próprio mandato, logo podem migrar a qualquer tempo, sem punições. Os custos para migração são baixos", avalia o cientista político Vitor Sandes, professor da Universidade Federal do Piauí.

Ele destaca que existe uma espécie de movimento pendular em direção às siglas aliadas ao presidente, cujo poder de atração é maior nos municípios mais dependentes de recursos federais.

Não por acaso, o maior salto em número de prefeituras aconteceu no Piauí, estado governado pelo PT pela quinta vez, mas que estava na oposição ao governo Jair Bolsonaro.

Em 2020, a força de Ciro Nogueira junto ao governo ajudou a catapultar o desempenho do PP, que chegou a 83 prefeitos no estado. Agora, após a vitória de Lula, é o PT que começa a crescer: o partido saiu de 22 prefeitos eleitos para os atuais 49 e ainda avalia novos pedidos de filiação.

"Há uma disputa pela marca do PT, que é muito forte no nosso estado. Temos municípios em que dois grupos antagônicos pediram filiação ao partido. Chegamos a rejeitar alguns pedidos", afirma João de Deus Sousa, presidente estadual da legenda.

O partido adotou como critério a filiação apenas de prefeitos que apoiaram Lula e o governador Rafael Fonteles em 2022. Prefeitos que apoiaram a oposição têm migrado para outros partidos aliados do PT no estado, sobretudo o PSD e o MDB.

Na Bahia, maior estado comandado pelo PT, o partido filiou dez novos prefeitos desde a vitória do governador Jerônimo Rodrigues no ano passado, saltando de 32 para 42 gestores municipais.

"A procura aumentou após as vitórias de Jerônimo e Lula. Voltou a estar na moda ser PT, por assim dizer. Mas estamos tratando essa questão com tranquilidade e maturidade. A porta não está fechada, nem tampouco escancarada", afirma o presidente estadual do PT, Éden Valadares.

Ele diz que o partido foi procurado por cerca de 50 prefeitos com mandato nos últimos meses. Mas a maioria esbarrou no conjunto de critérios definidos pelo partido para avaliar os pedidos de filiação.

Os critérios incluem o aval dos diretórios municipais e compromisso de apoiar candidatos a deputado do PT em 2026. Também foram vetados nomes que apoiaram Bolsonaro ou ACM Neto (União Brasil), candidato derrotado ao governo, nas eleições do ano passado.


Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->