Guerra Israel-Hamas

Resolução da ONU fica aquém das medidas necessárias, diz embaixador

Em discurso para justificar o voto favorável do Brasil, o embaixador do país na ONU, Norberto Moretti, citou que resoluções melhores do que a aprovada na quarta-feira (15/11) foram rejeitadas

Discurso do Brasil também criticou a demora do Conselho de Segurança para agir, e voltou a defender a solução dos dois Estados como caminho para paz na região -  (crédito: Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
Discurso do Brasil também criticou a demora do Conselho de Segurança para agir, e voltou a defender a solução dos dois Estados como caminho para paz na região - (crédito: Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
postado em 16/11/2023 11:54

Para o governo brasileiro, a resolução aprovada na quarta-feira (15/11) no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) fica aquém das medidas necessárias para encerrar as hostilidades entre Israel e Hamas. Ao justificar o voto favorável do Brasil à medida, o embaixador brasileiro na ONU, Norberto Moretti, citou que outras resoluções melhores foram propostas no órgão, mas rejeitadas.

O Itamaraty divulgou nesta quinta-feira (16) a íntegra do discurso de Moretti após a votação. O Brasil reafirmou sua defesa da solução de dois Estados para a região, e frisou que as violações dos direitos humanos internacionais devem ser encerradas imediatamente. A explicação de voto também criticou a morosidade do Conselho de Segurança em aprovar uma resolução sobre a guerra.

De acordo com o discurso do embaixador, a resolução de ontem foi bem-vinda, mas chega tardiamente. Ele destacou que o Conselho deveria ter agido no primeiro dia do conflito, em 7 de outubro. Porém, a avaliação é que a medida aprovada é menos enérgica do que defende o Brasil.

"Antes do texto adotado hoje, resoluções mais abrangentes e oportunas foram propostas, incluindo uma apresentada pelo Brasil. Vetos sucessivos, o espectro de ameaças de veto ou a falta de um processo real de negociação as impediram", enfatizou Moretti. Ele citou também que a Assembleia Geral da ONU teve que agir para pedir a proteção de civis e a abertura de corredores humanitários.

"Infelizmente, a resolução que acabamos de adotar fica aquém dessas medidas audaciosas, mas necessárias. Esperamos que, se verdadeiramente e urgentemente implementada, a decisão de hoje pelo menos mitigue a abominável situação que temos diante de nós", acrescentou.

Brasil defende autonomia palestina e paz com Israel

A fala citou ainda os mais de 11 mil mortos palestinos na guerra, o deslocamento forçado de 1,5 milhão de palestinos e o número "vergonhosamente desolador" de crianças mortas. O diplomata destacou os reféns que ainda não foram libertados pelo grupo Hamas, e os mais de 100 trabalhadores humanitários mortos, incluindo funcionários da própria ONU.

"Todas essas violações do direito internacional humanitário devem cessar. Agora. Para todos os civis, palestinos e israelenses igualmente",  pontuou o embaixador. Ao encerrar o discurso, Moretti citou a defesa do Brasil pela autonomia da Palestina e pela paz na região.

Apesar da resolução aprovada, Israel já disse que não vai seguir a determinação de cessar-fogo humanitário.

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