Governo

Lula: conversar com Centrão é normal, governo não é 'dono da verdade'

"Eu preciso conversar com governadores, eu preciso conversar com prefeitos, eu preciso conversar com deputados federais, não importa de que partido sejam eles, eu preciso conversar com senadores, não importa de que partidos sejam eles", disse o petista

Ele deu a declaração em cerimônia sobre o Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto. -  (crédito: Reprodução/YouTube TV Brasil)
Ele deu a declaração em cerimônia sobre o Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto. - (crédito: Reprodução/YouTube TV Brasil)
postado em 22/11/2023 23:57 / atualizado em 22/11/2023 23:57

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 22, que é normal conversar com o Centrão e que pensar o contrário é "uma coisa atrasada". Ele deu a declaração em cerimônia sobre o Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto.

"Habitualmente eu ouço dizer assim: o presidente Lula conversou com o Centrão; o Centrão exigiu do presidente Lula tal coisa; o presidente Lula fez não sei das quantas. Uma coisa tão atrasada... porque não existe possibilidade de você exercer uma governança democrática se você não conversar com as pessoas", declarou o presidente da República.

"Eu preciso conversar com governadores, eu preciso conversar com prefeitos, eu preciso conversar com deputados federais, não importa de que partido sejam eles, eu preciso conversar com senadores, não importa de que partidos sejam eles", disse o petista.

O governo Lula alterna momentos de proximidade com o Congresso, principalmente na pauta econômica, e momentos de desgaste. O presidente da República é aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas não do chefe da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Um motivo de tensão atualmente é a portaria do Ministério do Trabalho que limita jornadas aos domingos e feriados. Deputados ameaçam votar para derrubar a norma ainda nesta quarta.

"É preciso que a gente estabeleça nesse país a criação de uma cultura em que as pessoas entendam como normal a necessidade de conversar", afirmou Lula. Ele também disse que não há problemas em o Congresso alterar propostas do Executivo, e que tem mais 3 anos de governo em que a convivência com outros setores políticos deve ser madura, sem ninguém precisar ceder em suas convicções.

"Muitas vezes uma emenda ajuda a melhorar. Muitas vezes uma emenda não atende ao que a gente queria, mas paciência, nós não somos os donos da verdade", disse o presidente. Ele também disse que se os governos federal, dos Estados e dos municípios trabalharem juntos seria possível zerar o déficit habitacional do Brasil.

Lula deu as declarações em discurso na cerimônia de anúncio da primeira seleção de propostas para o novo programa Minha Casa, Minha Vida. Os projetos são da faixa 1 do programa, para famílias com renda de até dois salários mínimos - ou seja, R$ 2.640 nos valores atuais. O governo planeja construir 187,5 mil novas unidades do tipo em 560 municípios.

Além disso, foi assinado um protocolo de intenções com a Academia Brasileira de Letras para criar um acervo de livros provenientes de doações. A ideia é incluir salas de leitura ou bibliotecas nas obras do Minha Casa, Minha Vida. O governo também lançou o edital do Prêmio Minha Casa, Minha Vida, que visa estimular sustentabilidade e inovações nos projetos do programa.

Além de Lula, também compareceram à solenidade ministros como Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades), o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, e o presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção, Renato Correia. Também compareceu o presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira - ele também é colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews.

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