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Lula e Boulos no palanque de olho em 2024

Ao inaugurar empreendimento imobiliário do governo federal em São Paulo, presidente leva o pré-candidato à prefeitura da capital paulista para a cerimônia. E critica Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes, próximos de Bolsonaro, por não irem ao evento

Boulos, Lula e ministros no lançamento do Copa do Povo. Oportunidade para criticar Bolsonaro e adversários     -  (crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil)
Boulos, Lula e ministros no lançamento do Copa do Povo. Oportunidade para criticar Bolsonaro e adversários - (crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil)
postado em 17/12/2023 03:55

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estreou, ontem, como cabo eleitoral do deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), que deve ser o nome a ser apoiado pelo PT na eleição municipal pela prefeitura de São Paulo. Ele dividiu o palanque com o parlamentar no evento de assinatura de contrato para construção do primeiro módulo do empreendimento Copa do Povo, em Itaquera, na capital paulista. E aproveitou para alfinetar o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes, que busca o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"(Eles) foram convidados e não vieram. Mas, se viessem, seriam tratados com o maior respeito, porque educação a gente aprende em casa", disse.

Em apenas 24 horas, é a segunda vez que Lula faz críticas ao bolsonarismo. Na sexta-feira, foi incisivo ao classificar o ex-presidente como "facínora" e "coisa". Afirmou, ainda, que Bolsonaro "não inaugurou obras, mas inaugurou o ódio" e que mentiu quando disse que "fecharia igrejas" e "construiria banheiros unissex".

"Ninguém nesse país, nenhum pastor qualquer nesse país tem o direito de dizer que eu não creio em Deus", reforçou Lula, ontem.

Boulos, por sua vez, aproveitou o mais que pôde o espaço aberto pelo presidente no evento do governo federal. "Daqui a um ano, um ano e meio, vamos voltar aqui para entregar as chaves e fazer um churrasco para esse povo. Obrigado, presidente Lula, por devolver a esperança para o povo pobre desse país. Esse povo tem uma luta por moradia por muitos anos. Desde 2019, esse terreno estava pronto para ser contratado, mas não foi porque a gente tinha na Presidência da República alguém que não olhava para o povo, alguém que governava com ódio", frisou o deputado, aproveitando para também atacar Bolsonaro.

Longe do palanque, Lula e alguns ministros palacianos tentam atrair a ex-senadora Marta Suplicy — atual secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo — de volta ao PT para que forme a chapa com Boulos à prefeitura paulistana. O deputado deixou claro que está animado com a possibilidade de tê-la ao lado na corrida eleitoral.

"Foi uma grande prefeita. Deixou marcas como os Centros Educacionais Unificados (CEUs), Bilhete Único e corredores de ônibus. Mas essa definição de vice está sendo conversada ainda", explicou.

Marta deixou o PT em 2015 e, desde então, está filiada ao MDB de Ricardo Nunes — que tenta a reeleição. Em recente entrevista, o atual prefeito disse que acredita na "fidelidade" da secretária a ele e ao partido que integram.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, afirmou que Marta "tem grande experiência por ter sido prefeita da capital" e será importante para o debate dos rumos da cidade nas eleições do ano que vem. Disse, ainda, que a população tem "saudades" dela.

Tríplex

Ao comentar sobre o projeto do empreendimento inaugurado ontem, o presidente disse que nunca teve "apartamento com varanda", como os que serão construídos, e fez menção ao tríplex de Guarujá (SP) — do qual o acusaram de ser proprietário. "O custo estimado de cada apartamento é de R$ 216 mil. Até eu posso comprar um desses. Nunca tive apartamento com varanda. Nem o tríplex que eles disseram que era meu. Nunca pude ir àquele maldito tríplex", afirmou.

Lula, porém, foi fotografado no apartamento 164-A, do edifício Solaris, junto com Leo Pinheiro (sócio da empreiteira OAS), Roberto Moreira (diretor de incorporação da construtora) e a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Em 2016, quando as imagens vieram à tona, o Instituto Lula reconheceu que foi a única vez que o presidente esteve no imóvel. (Com Agência Estado e Fabio Grecchi)

 

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