Após a publicação de um laudo médico falso, no qual acusava o adversário Guilherme Boulos (PSol) de uso de drogas, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) teve o perfil no Instagram suspenso por decisão da Justiça Eleitoral de São Paulo neste sábado (5/10). O juiz eleitoral Rodrigo Capez deu um prazo de até 48 horas para a rede social cumprir a ordem. O descumprimento gera à Meta, empresa detentora do Instagram, uma multa de R$ 200 mil.
Saiba Mais
A decisão do juiz Rodrigo Capez, do 1º Juízo das Garantias do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, também inclui a suspensão de outros perfis do ex-coach que tenham também publicado o laudo falso. Desde agosto, Marçal se comunica com seus eleitores por meio de perfis alternativos nas redes sociais, já que em agosto sua conta foi bloqueada por abuso de poder econômico.
Ainda no sábado, mais cedo, TRE de SP informou a decisão do juiz da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, Rodrigo Marzola Colombini, que determinou a exclusão de vídeos considerados de conteúdo calunioso, que haviam sido publicados por Marçal nos quais associa Guilherme Boulos ao uso de drogas. A determinação judicial deram dois dias para os advogados de Marçal apresentarem sua defesa.
Laudo falso
Pablo Marçal publicou em suas redes um laudo médico falso em nome de Guilherme Boulos, indicando que o candidato do PSol havia tido um surto psicótico grave em decorrência do uso de drogas, especificamente cocaína. A divulgação foi feita na noite de sexta-feira (4/10), enquanto o ex-coach participava de um podcast. Duas horas depois, Marçal excluiu o post, mas a informação já tinha viralizado. Diversas lideranças políticas já se manifestaram repudiando as acusações falsas feitas por Marçal. A Polícia Federal investiga o caso.
O documento foi assinado por José Roberto de Souza, que segundo consta no site do Conselho Regional de Medicina teve o CRM expirado em 2022 após seu falecimento. O laudo também apresentava erros de português, de digitação e RG de Boulos com um número a mais, e informava ter sido emitido em 19 de janeiro de 2021. No dia, Boulos esteve envolvido em uma série de compromissos públicos, como uma visita ao vereador de Osasco, Emerson Vitalino, e uma transmissão ao vivo feito na sua casa sobre a vacinação da Covid-19.
Boulos pede pela prisão de Marçal
Na mesma noite, após a divulgação do laudo falso, Guilherme Boulos fez uma live afirmando que o “Pablo Marçal não tem limite”. “Ele acaba de publicar nas redes sociais dele um documento falso querendo sustentar a fake news dele, que já foi desmascarada, que eu usaria drogas”, declarou Boulos. Indignado, o candidato do PSol expôs detalhes por trás do documento.
“Conseguimos levantar todos os fatos: o dono da clínica do documento é apoiador dele. Tem um vídeo dos dois, que vou publicar nas minhas redes depois da live. E a assinatura é de um médico que já faleceu. Olha o nível que o cidadão chegou: falsificação de documento. A um dia da eleição, ele inventa essa fake news. Nós estamos entrando com um pedido de prisão dele e do dono da clínica."
Não é a primeira vez que o proprietário da clínica, Luiz Teixeira da Silva Junior, falsifica um documento. Antes de forjar o laudo psiquiátrico atribuído a Boulos, o amigo de Marçal foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão por falsificação de documentos em 2020, por falsificar um diploma do curso de medicina e uma ata de colação de grau. A denúncia foi feita em 2017 pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) ao ao Ministério Público Federal (MPF).
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) divulgou à imprensa, pela manhã, uma nota na qual informou: “Repudio veementemente o crime que vimos ontem. A Justiça precisa ser célere, analisar todas as provas e colocar um basta nesse jogo rasteiro da eleição para o comando da maior cidade do país”. Ele acusou Boulos de mentir durante sua gestão, mas que se posicionava diante do ocorrido por “não ser Boulos, nem Marçal”.
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br
Política
Política
Política
Política
Política