A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS vai ouvir, nesta segunda-feira (6/10), a partir das 16h, o empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians e um dos principais alvos da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. A investigação apura um amplo esquema de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social.
A convocação de Cavalcanti foi aprovada por meio de quatro requerimentos (REQ 1.818/2025, 1.822/2025, 1.907/2025 e 1.956/2025), refletindo a pressão de parlamentares para avançar nas investigações sobre os operadores financeiros do esquema.
Em um dos pedidos, a senadora Leila Barros (PDT-DF) ressaltou que o empresário, que atua no Distrito Federal, mantinha vínculo societário com Nelson Wilians, já ouvido pela comissão, e teve vários bens de alto valor apreendidos, entre eles uma Ferrari, uma réplica de carro de Fórmula 1, relógios de luxo e quantias expressivas em dinheiro. Leila destacou ainda que Fernando Cavalcanti é apontado como sócio e dirigente de empresas ligadas a setores próximos aos investigados.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) afirmou que a CPMI precisa ir além dos operadores financeiros e alcançar os responsáveis políticos pelo esquema. “É preciso chegar aos patrocinadores políticos do escândalo. A prisão do ‘Careca’ foi uma grande vitória — fazendo um paralelo com a Lava Jato, ele é o ‘Youssef’, o operador financeiro do esquema —, mas ele não é o mentor político. As indicações e manutenção de nomes e cargos de confiança no INSS tiveram aval de políticos. O mais importante que a CPMI deve entregar é o indiciamento e o pedido de prisão dos agentes políticos envolvidos no caso”, afirmou Kataguiri.
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