A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado deve analisar, na próxima reunião, o requerimento para convocar o ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Thiego Santos, conhecido como TH Joias. A iniciativa foi apresentada nesta terça-feira (18/11) pelo relator do colegiado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
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TH Joias foi preso em setembro pela Polícia Federal (PF) durante operação que investigou a atuação de líderes do Comando Vermelho no Complexo do Alemão, em parceria com agentes públicos, entre eles, policiais militares, um delegado da PF e políticos. A investigação aponta que o grupo usava influência e conexões institucionais para manter atividades ilícitas e assegurar proteção ao esquema.
Segundo a PF, a organização teria se infiltrado na administração pública para garantir acesso a dados sigilosos, facilitar a entrada de armas vindas do Paraguai e adquirir equipamentos antidrones da China, revendidos inclusive para facções rivais. A operação, chamada Zargun, reacendeu o debate sobre a presença do crime organizado em estruturas do Estado.
Antes de ingressar na política, TH ganhou notoriedade no mercado de joias, com peças usadas por artistas e atletas como Vini Jr., Ludmilla, Léo Santana e MC Poze do Rodo. Sua prisão e o avanço das investigações ampliaram a atenção sobre possíveis conexões entre o setor público, o crime organizado e figuras públicas.
Durante a reunião da CPI de hoje, que ouviu o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o senador Alessandro Vieira pediu que o presidente do colegiado, Fabiano Contarato (PT-ES), inclua o requerimento de convocação na pauta do próximo encontro. Para o relator, o depoimento é essencial para esclarecer a participação do ex-parlamentar e a extensão da rede investigada.
Vieira destacou que a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra TH Joias envolve outras 14 pessoas, incluindo assessores parlamentares, policiais militares e um policial federal. Contarato concordou com a necessidade de avançar nas apurações e declarou que a CPI deve “subir o andar” para alcançar todos os agentes políticos e autoridades envolvidas em práticas criminosas.
