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Otimismo acima de tudo

Ator da série Rua que sobe e desce, número que desaparece, Marcelo Cavalcanti comemora o Dia dos Pais acreditando num futuro mais igualitário para a filha

Vinicius Nader
postado em 06/08/2020 18:24 / atualizado em 09/08/2020 18:57
 (crédito: Natasha Stein Assessoria/ Divulgação )
(crédito: Natasha Stein Assessoria/ Divulgação )

O ator Marcelo Cavalcanti sabe que os dias estão mais propícios ao pessimismo, com a pandemia da covid-19 matando milhares por dia e com o cenário cultural brasileiro cada vez mais incerto. Com tudo isso, o intérprete de Dionísio na série Rua que sobe e desce, número que desaparece, do Canal Brasil, ainda acha espaço para o otimismo. Além da série, Marcelo arranca gargalhadas do público e se diverte a valer com seus convidados no projeto Improlive, que apresenta semanalmente nas redes sociais.

Pai de uma menina, Marcelo confirma que é sempre um otimista. “Espero um Brasil mais justo, sem preconceito, que respeite as diferenças, que pense no próximo e com menos desigualdades sociais. Um país menos machista, fascista, racista e homofóbico. Um país em que minha filha possa ser quem ela quiser ser. Eu sou sempre otimista. Sempre acho que as coisas vão melhorar, mas o mundo só vai ser melhor se educarmos nossos filhos pensando nessas causas”, afirma.

Sobrinho-neto de Maria Clara Machado, um grande nome do teatro nacional, Marcelo cresceu tendo acesso à cultura e hoje tem certeza de que a arte e a cultura não morrem. “Por mais que governos autoritários tentem abafá-las e censurá-las, elas sempre renascem mais fortes, são a identidade de um país. Creio que o retorno do teatro pós-pandemia virá pelas ruas, praças, jardins, espaços arejados, alternativos e não numa caixa-preta. Então, voltemos à Grécia antiga.”

Três perguntas// Marcelo Cavalcanti

Na série, você interpreta um ator em início de carreira, com as inseguranças da profissão. Como foi revisitar esse momento?
Lembro que em meus primeiros testes, ficava muito nervoso achando que cada teste era o teste da minha vida. Eu me cobrava muito. Mas cada “não” que recebia me fortalecia e me estimulava a melhorar cada vez mais. Trazer à tona essas sensações e convicções da minha trajetória e emprestar ao Dionísio foi essencial para humanizar e aprofundar esses momentos do personagem.

Você está prestes a completar 40 anos, idade considerada tabu para os homens. A idade representa algo a mais do que um número para você?
Eu penso em viver até os 80. Então, 40 é o meio do caminho. É um marco importante para mim, de sabedoria, inteligência, calma e de conquistas. Mas tenho certeza que o melhor está por vir. Novos papéis, novos perfis e novas escolhas. Para mim, 40 é o momento em que todo seu caminho dá suporte para crescer cada vez mais, como pessoa, profissional e, consequentemente, como artista.

Durante a pandemia você tem divertido seus seguidores com a Improlive. Como surgiu o projeto?
Eu amo improvisar. É uma das minhas escolas. Então, veio a ideia de fazer uma live de improviso, assim surgiu o Improlive. Como estamos impossibilitados de nos encontrarmos presencialmente, o intuito era juntar os amigos para jogar, produzir e também nos divertir, para abstrair da pandemia. Na primeira parte, recebo um músico convidado; e na segunda parte, uma atriz ou um ator convidado. É uma live totalmente interativa.

*A coluna Próximo Capítulo volta a ser publicada na Revista do Correio no próximo domingo


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