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Dieta balanceada: confira o que seu pet pode ou não comer

Saiba quais alimentos naturais o tutor pode dar ao animal e quais são os vetados. Especialistas orientam como fazer isso de forma adequada

Tayanne Silva*
postado em 06/08/2020 18:43 / atualizado em 13/08/2020 14:00
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Os pets podem comer a maioria dos alimentos consumidos pelos humanos, desde que sejam preparados especialmente para eles. Além disso, é necessário respeitar as proporções e quantidades indicadas para cada animal.

De acordo com a veterinária Renata Bastos Galhas, os alimentos naturais que podem ser utilizados frequentemente na dieta dos animais incluem batata-doce, inhame, frango, carne, fígado, brócolis, cenoura, chuchu, abobrinha e abóbora. “O ideal é fornecer uma dieta bio-apropriada à espécie ou o mais próximo possível do que o animal consumiria na natureza. O objetivo é prevenir doenças e melhorar a saúde dele”, diz ela, formada pela Universidade de Brasília (UnB).

Para Renata, a comida natural é uma opção mais biologicamente apropriada, considerando a fisiologia e as necessidades específicas dos animais, “A maneira mais segura de complementar a dieta do pet é por meio de orientação veterinária ou de um zootecnista, pois alguns alimentos podem fazer mal.”

A administradora Kelli Freitas, 34 anos, tem um coelhinho holandês de 6 anos. Sansão é um animal livre, circula por toda a casa e não fica em gaiolas. “A alimentação é diversificada com rações, legumes, frutas, cascas e sementes e folhas verdes”, conta. Segundo Kelli, ele consome ração nutrópica ou funny bunny, mas, também, couve, batata-doce, banana, folhas de cenoura, beterraba, e esses são os alimentos preferidos dele. “A água é à vontade. Mas a maior dificuldade que encontramos é achar um veterinário que atenda, caso ele fique doente.”

Alimentação natural

A veterinária Samyla Paiva de Albuquerque explica que o consumo de ingredientes frescos se aproxima da dieta dos ancestrais, e os benefícios são maiores. “Por exemplo, traz uma qualidade de vida melhor, com mais vitalidade e saúde, apresentando menor risco de desenvolvimento de doenças crônico degenerativas.” Os animais podem comer a grande maioria dos produtos naturais, não processados, como carnes, vísceras, etc. “Esses alimentos têm boas fontes de fibras! Os animais evoluíram desta forma, obtendo alimentos da natureza ou caçando”, complementa.

A comida natural é melhor do que a ração? Para alguns especialistas, sim! “Na forma natural, os alimentos sempre serão melhores para a saúde do que ingredientes ultraprocessados. Além disso, nossos pets (cães e gatos) são espécies carnívoras, e a principal fonte de energia vem de proteínas e gorduras, diferentemente da composição observada nos alimentos secos, predominante em carboidratos simples”, expõe.

Para Samyla, a dieta deve ser baseada em comida de verdade, naturalmente úmida, variada, livre de aditivos, transgênicos e corretamente balanceada. “Contudo, a prescrição nutricional, incluindo a formulação da dieta e suplementação, deve ser feita pelo veterinário. Não ter um acompanhamento profissional pode acarretar sérios danos à saúde.”

A alimentação natural pode ser suplementada com fórmula comercializada. “A comida industrializada não deve ser complementada sem ajuda de um profissional por, teoricamente, ser balanceada — apesar de estudos recentes apontarem que a maioria não atende aos requisitos nutricionais mínimos ou máximos exigidos.”

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

O que não pode
Batatas cruas contêm substâncias tóxicas ao organismo.
Macadâmia pode causar sinais de intoxicação, como vômitos, tremores, fraqueza, paralisia de membros pélvicos e até febre.
Cebola pode causar anemia grave nos pets, principalmente nos gatos.
Chocolate contém a toxina teobromina, que pode causar alterações neurológicas, gastrointestinais, renais e cardíacas.
A carambola contém elevada quantidade de ácido oxálico e pode favorecer o surgimento de cálculos urinários, além de haver relatos de pacientes com sinais de intoxicação pela caramboxina.
Uvas e uvas-passas podem prejudicar a função renal e levar o pet a desenvolver falência renal aguda.
Açaí contém teobromina, mesma substância tóxica encontrada no chocolate.
Bebidas com cafeína, ossos cozidos, açúcar, xilitol, pimenta malagueta são outros exemplos.
Alho, dependendo da quantidade.

O que pode
Goiaba, mamão, pera, maçã (sem as sementes), melão, melancia, polpa de coco, abacate (somente a polpa). Banana e caju (sem a castanha) também são bem-vindas.
Frutas cítricas, ao contrário do que muitos pensam, são ótimas para a saúde: abacaxi, mexerica e kiwi, por exemplo.
É importante que o consumo seja controlado, não ultrapassando mais de 10% da porção diária de alimento. Caso o pet demonstre sinais de intolerância a alguma, respeitar a sua individualidade e não ofertar mais. Animais com condições especiais de saúde deverão ser orientados pelo veterinário especialista.

Fonte: Veterinária Samyla Paiva de Albuquerque

Cozinhar os alimentos pode tirar os nutrientes?
O cozimento pode acarretar perda de alguns nutrientes, mas isso depende da forma e do tempo. Em média, 15 minutos são o suficiente para legumes e carnes (com perdas mínimas). Segundo a veterinária Samyla Paiva de Albuquerque, o vapor é a técnica mais eficiente de preservação. Evite cortar em pedaços muito pequenos e procure cortá-los somente após o cozimento.


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