O servidor público federal Samuel Rocha, 38 anos, entrou em teletrabalhando no dia 3 de março e ficou completamente isolado com a mulher, grávida. Em 1º de maio, chegou mais uma companhia para o casal: Manuela, agora com três meses. No meio da pandemia, os dois ficaram sem a rede de apoio esperada. “No começo, foi bem complicado, porque somos pais de primeira viagem. Tudo era novidade e sem a ajuda de quase ninguém.”
No primeiro mês da bebê, o casal foi para a casa da avó materna, que também estava isolada havia mais de um mês. Samuel tinha se programado para tirar os 20 dias de licença-paternidade aos quais tinha direito e emendar um mês de férias, mas acabou com os planos todos alterados. “Minhas férias ainda não estavam marcadas e não deu para marcar mais. Pelo menos, eu estava de home office.”
Desde que a filha nasceu, Samuel está em casa com a pequena. Trabalhando, é claro, mas presente. “O volume de trabalho até aumentou, mas eu consigo fazer algumas pausas”, conta. “Se a Thaís (a esposa) precisa ir ao banheiro, ela consegue, que eu tomo conta”, brinca. Ele também consegue trocar uma fralda ou outra durante o expediente. Segundo o paizão, a mulher sempre diz: “Ainda bem que você está aqui”.
Embora o turno de trabalho esteja um pouco mais longo, ele consegue aproveitar a bebê de um jeito que não poderia se estivesse trabalhando presencialmente, no escritório. “É muito bom poder acompanhar essa primeira fase, de recém-nascida. Estou podendo ficar ao lado delas e participar desse momento”, afirma.
O horário de almoço de Samuel ficou um pouco diferente. Normalmente, o intervalo é reduzido. Em casa, consegue estender um pouco mais o tempo. “Se tem um lado positivo nisso tudo, é que, apesar de tudo, a pandemia proporcionou que eu estabelecesse um vínculo maior com a Manu agora”, conta. Ele, no entanto, lamenta que a própria mãe tenha encontrado pouco a neta e que os amigos nem a tenham conhecido.
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