Moda

Vintage em Brasília

Correio Braziliense
postado em 06/08/2020 19:04
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

O estilo do músico Ulysses Melo Manso, 29 anos, é consequência das referências musicais que tem. “Transmito, pelo vestir, o que faço. Poderia dizer que meu estilo é alternativo? Sim, mas, para mim, não é alternativo, é o meu estilo. Uso roupas vintage dos anos 1980, 1990 e 2000 e me inspiro em ícones pop dessas décadas. Não tem uma pessoa específica, é um mood. Acordo de um jeito e quero vestir aquilo”, explica.

As camisetas vintage, que, segundo ele, têm tecido, design gráfico e caimento ímpares, são o que norteiam as combinações. “Uso muito as da Harley Davidson dos anos 1990, peguei do meu pai uma coleção bem grande. O gráfico, o visual, a perda de cor, o preto bem cinza, os rasgados, o algodão mais grosso chamam muita atenção. Tento fugir da camiseta e calça jeans, mas não consigo. Brasília é uma loucura, então, sempre levo a jaqueta também, porque vai que esfria.”

O gosto por moda de Ulysses aflorou, ainda mais, durante o período em que morou na Austrália, em 2011. Lá, teve contato com outras referências e ficou admirado ao ver o que as pessoas vestiam nas ruas. Desde a viagem, ele parou de comprar roupas em shopping e passou a garimpar e investir nas peças de brechós internacionais e em alguns nacionais.

Esse hábito, somado às diversas perguntas que recebia sobre a origem das suas roupas e a falta desse tipo de produto em Brasília, o incentivou a fundar, no início deste ano, a Bullseye Vintage, uma loja com itens únicos de décadas passadas. “O brasileiro está mais habituado à realidade do brechó. O brechó e o vintage são parecidos e diferentes ao mesmo tempo. No vintage, há a necessidade de que as peças sigam uma estética que o curador vai definir e que sejam peças, de fato, de anos atrás. A loja não é um brechó, você não vai garimpar, as coisas já estão selecionadas. Fiz uma curadoria. A maioria das peças é dos anos 1980 e 1990.”

Estilo de berço

A preocupação em manter uma estética aconteceu, inclusive, durante a montagem do enxoval do primeiro filho, Otto Carneiro Melo Manso, hoje com 3 anos. “Desde que ele nasceu, a gente tenta criar o universo estético dele de moda em algo maneiro, vanguardista. Nas minhas últimas viagens, trouxe uma jaquetinha nascar vermelha, meio trucker, e ele pirou. O desafio é dar uma referência massa, mas, ao mesmo tempo, não ser impositivo. Acho que encontramos um meio termo, em que ele pode usar a roupa de dinossauro que gosta, porque eu já selecionei umas peças bem legais. As crianças são mais decididas do que a gente.”

A outra filha, Stella Carneiro Melo Manso, 2, também se expressa pelas roupas que escolhe vestir. Uma das maiores diversões da pequena é tirar e colocar outra peça pelo prazer de se ver no espelho com a nova combinação e com acessórios, como colares e pulseiras.

O pai explica que o isolamento foi, de certa forma, um presente para a família. “Trabalho de casa, então, estou aproveitando para ficar mais com eles. No início, foi um desafio para minha criatividade. Eu, que sempre usei a criatividade para trabalhar com música e com a loja, tive que passar a usá-la em casa de forma mais intensa. Vi como um privilégio estar full time com meus filhos, andando de bicicleta dentro de casa ou lavando louça.”

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