Que ter uma boa noite de sono faz bem para a saúde todo mundo sabe. O que poucos têm conhecimento é que o tipo de fronha usada pode ajudar a garantir uma boa aparência da pele e do cabelo. “A fronha de algodão absorve a oleosidade da pele e, principalmente, do cabelo. Os tecidos de seda e de cetim são os mais recomendados”, explica a dermatologista Andressa Alcântara, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Além disso, a linha faz atrito entre o fio de cabelo e a fronha, o que causa frizz e desmancha, por exemplo, os cachos.
Os benefícios vão além do cabelo. Já acordou com algumas rugas? Em bom português, as conhecidas sleep lines são linhas formadas durante o sono. Segundo a dermatologista Cristina Salaro, também membro da SBD, essas marcas costumam esmaecer ao longo da manhã ou do dia, mas, com o tempo — em geral, depois dos 35 anos —, podem se tornar permanentes.
“Estão mais propensos a isso, especialmente, quem dorme de lado ou de bruços. Além disso, depende do colágeno de cada pele, da quantidade que foi degradada por exposição solar”, alerta Cristina. Segundo a médica, as sleep lines são formadas, principalmente, na testa e na lateral do rosto.
Tanto Andressa quanto Cristina são categóricas em dizer que o principal método para evitá-las é dormir com o rosto para cima. No entanto, é possível minimizar o problema, caso seja impossível se manter em tal posição. Ou seja, usar na fronha do travesseiro tecidos que evitem tanto atrito.
Cristina aconselha, ainda, a aplicação de produtos dermatológicos, prescritos individualmente, que estimularão a produção de colágeno, como ácido retinoico, ácido hialurônico, vitamina C, ácido ferúlico. “Os produtos cosméticos atuam indiretamente, porque previnem o envelhecimento como um todo, inclusive, as sleep lines.” Ela lembra que, em consultório, há procedimentos com o mesmo objetivo, como o microagulhamento, que pode aumentar em 400% o colágeno, e o preenchimento com ácido hialurônico.
Aprovação
Bárbara Veras, 25, tem o cabelo cacheado e o define como “muito seco”. Para mantê-lo bonito, procura fazer hidratações frequentemente e lavar, no máximo, três vezes por semana. Outra estratégia que adotou foi o no poo — técnica em que se aplica pouco ou nenhum xampu. Mas os cuidados não pararam aí. A última medida que tomou foi comprar fronha de cetim. Havia lido que o tecido não retirava a umidade do cabelo, como o algodão. E resolveu testar.
“No primeiro dia, eu tinha lavado o cabelo e arrumado. Acordei no dia seguinte e parecia que eu tinha acabado de lavar e arrumar. Não estava com frizz, não estava marcado”, relata. A aquisição mudou bastante a rotina de Bárbara. “Ficou muito mais fácil arrumar os fios, quando acordo. Antes, todo dia, tinha de molhar todo o cabelo com borrifador e passar o creme finalizador.” O processo durava cerca de 15 minutos. Às vezes, mais. “Agora, é só espirrar um pouco de água, que está pronto.”
Além do benefício para o cabelo, ela percebeu que o rosto não acorda mais com marcas. “Eu sou nova, então, não chego a ter rugas, mas meu rosto acordava amassado”, conta. Bárbara só descobriu que a fronha de cetim era boa para a pele depois de começar a usá-la e ficou ainda mais satisfeita com o novo produto de beleza.
A extensionista de cílios Jaqueline Silva dos Reis, 23, ficou sem exercer a profissão por quatro meses, durante a pandemia, e, agora, está voltando à atividade. Para segurar as pontas, precisava procurar outra forma de pagar as contas. Resolveu testar a touca de cetim para dormir, da qual tinha ouvido falar muito bem, e, se gostasse, venderia.
“Meu cabelo é cacheado e, a parte de trás, em cima da qual eu deito, acordava toda amassada”, conta. Para resolver o problema, fazia um coque bem alto, para não deitar sobre os fios. Agora, com o cetim, seja em touca, seja em fronha, ela pode dormir de cabelo solto. Depois de atestar a qualidade, Jaqueline começou a vender toucas e fronhas, em parceria com uma costureira conhecida. O negócio funcionou e a pandemia acabou não sendo uma crise grave para ela. Segundo Bárbara, embora as cacheadas tenham sido as primeiras a aderirem à novidade. Muitas de suas clientes têm cabelo liso e ondulado.
Hormônios da noite
Entender por que uma noite bem-dormida é importante pode ser um incentivo a mais para, não só dormir cedo e se esforçar para ter um sono reparador, mas para tomar outros cuidados, como o de limpar a pele, hidratá-la e até usar um tecido como cetim ou seda.
A dermotologista Andressa Alcântara explica que, à noite, enquanto dormimos, liberamos hormônios que compensam as atividades e o estresse do dia. “O GH, hormônio do crescimento, repara nossas células, e a melatonina é um antioxidante, ou seja, ajuda no controle de radicais livres produzidos durante o dia”, esclarece.
Uma noite maldormida, portanto, significa uma produção insuficiente de substâncias que visam recompor e produzir outras. E, ainda, tem efeito oposto: “Há aumento do cortisol e da adrenalina. Principalmente, em quem ronca, porque a pessoa acaba acordando várias vezes. Com isso, até os vasos sanguíneos ficam mais inflamados”, justifica Andressa. É isso que causa, por exemplo, as visíveis olheiras.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.