Problemas de audição atingem mais de 360 milhões de pessoas no mundo, das quais 32 milhões são crianças, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “A perda auditiva é a diminuição na capacidade de perceber sons e compreender a fala. Também é chamada de hipoacusia pelos médicos e afeta a pessoa de forma significativa”, afirma o otorrinolaringologista Krishnamurti Sarmento Júnior.
A dificuldade para ouvir pode ser congênita — a criança nasce com perda auditiva — ou adquirida após uma certa idade. Algumas causas congênitas são herança genética ou infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose e outras patologias. Já a adquirida ocorre em consequência de presbiacusia (o avançar da idade), Pair (Perda auditiva induzida pelo ruído) e trauma sonoro.
Segundo a otorrinolaringologista Ticiana Cabral da Costa Boris, se a perda ocorre desde a primeira infância, os prejuízos no desenvolvimento da criança são incalculáveis, podendo levar a atrasos cognitivo e escolar. “Na idade adulta e senil, a pessoa tem dificuldade de comunicação; por consequência, pode gerar isolamento e sintomas depressivos.”
Na infância, a não reação a ruídos intensos (batidas de porta, buzinas de carro, etc.) pode ser sinal de alerta. “O atraso da fala também é um indício importante para fazer uma investigação com um profissional. No adulto, a dificuldade de entendimento ao falar ao telefone ou em conversas em locais barulhentos também são sinais”, alerta a médica.
Para prevenir causas congênitas, o ideal é se submeter a um bom pré-natal para rastreio de infecções e tratamentos precoces. “Ao nascimento, deve ser feita a Triagem Auditiva Neonatal Universal (Tanu), chamada de teste da orelhinha, para detecção precoce e ação rápida para resolver possíveis problemas. A boa saúde auditiva de jovens e idosos depende da não exposição a ruídos intensos sem protetores auriculares”, orienta Ticiana.
Para o médico Krishnamurti, sem dúvida, o fator ambiental é prejudicial. “A exposição a ruídos acima de 80dB pode causar perda auditiva a médio e longo prazos, de forma mais intensa ou branda, de acordo com a sensibilidade de cada indivíduo.” O hábito de usar fones de ouvido não é, necessariamente, prejudicial, mas a música alta pode causar problemas. “A questão é o volume em que se ouve. A perda auditiva surge com a exposição a ruídos altos e, geralmente, é de difícil percepção pelo próprio indivíduo.”
Existem dois motivos que dificultam a detecção de um problema na audição. O primeiro é que, na maior parte dos casos, ela ocorre lentamente, ao longo do tempo. O segundo é que a perda se inicia com uma diminuição da percepção de sons que ficam em uma faixa de frequência fora da voz humana.
* Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.