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A pandemia chegou à teledramaturgia

Malhação já abordou o assunto e séries médicas anunciam que farão o mesmo

Adriana Izel e Vinicius Nader
postado em 15/08/2020 17:42 / atualizado em 17/08/2020 16:16
 (crédito: Globo/Raquel Cunha)
(crédito: Globo/Raquel Cunha)

Assunto presente em todas as rodas (virtuais) de conversa atualmente, a pandemia de covid-19 não vai — e nem poderia — ficar de fora da teledramaturgia. Quem achou que ela demoraria a aparecer na ficção pode esquecer a ideia, pois ela já está dando as caras, mesmo que seja no mal-arranjado final de Malhação — Toda forma de amar.

As séries médicas são as primeiras a anunciar que se valerão do assunto. Acostumada a levar para a tela temas que parecem sair dos noticiários, de tão urgentes, a brasileira Sob pressão vai ganhar episódios inéditos só para falar sobre o tema. Na verdade, ainda não será a quarta temporada da série de João Falcão, mas, sim, dois capítulos isolados. O programa trará os médicos Carolina (Marjorie Estiano), Evandro (Júlio Andrade) e Décio (Bruno Garcia) trabalhando num hospital de campanha. Com certeza, não faltará espaço para críticas da gestão da saúde pública no Brasil, tom assumido com coragem e eficiência pela série.

A 17ª edição da consagrada Grey’s anatomy também não deixará o assunto passar. Mesmo que ainda não haja previsão de as gravações serem retomadas, os roteiristas estão a todo vapor e ouviram médicos que estão na linha de frente do combate à covid-19 para escrever as cenas. A ideia é de que a temática apareça por meio do médico Owen Hunt (Kevin McKidd), que serviu na Guerra do Iraque como médico e é especializado na área de trauma.

Isolamento
Uma chamada emocionante que entrou no ar na última semana prepara o público para a segunda parte de Amor de mãe, novela que foi interrompida pela pandemia e volta em 2021. Na cena, Lurdes (Regina Casé) e Thelma (Adriana Esteves) conversam sobre o isolamento social, mas com visões bem diferentes. De um lado, Lurdes sente falta de abraços, de ir para a rua e de buscar o filho, Domênico. Do outro, Thelma quase comemora o fato de estar em casa com Danilo (Chay Suede) e torce para que a obsessão de Lurdes para encontrar o filho acabe. Tudo isso sob o som de Maria Bethânia em Onde estará o meu amor.

O lirismo também deve dar o tom de Amor e sorte, série de Jorge Furtado gravada durante o isolamento que a Globo deve exibir mês que vem. Nos quatro episódios, a quarentena será revista tendo como foco o relacionamento. Cada um deles foi gravado por duplas que, por serem casadas ou terem grau de parentesco, estão juntas nesse momento: Caio Blat e Luisa Arraes vivem um casal recém-formado; os personagens de Lázaro Ramos e Taís Araujo questionam a sobrevivência das ideologias pré-quarentena; Emilio Dantas e Fabiula Nascimento interpretam um casal à beira do divórcio que tem que conviver por causa do isolamento; e Fernanda Montenegro e Fernanda Torres são mãe e filha que se aproximaram nesse período e não querem mais se afastar.

Parece perseguição do destino. Na primeira temporada, a série The Morning Show, da Apple TV, teve que alterar o roteiro para incluir nas cenas a campanha #MeToo, contra o assédio sexual em Hollywood. Agora, a segunda temporada, cujas gravações já começaram, também terá episódios reescritos. Desta vez, para inserir cenas em que o coronavírus é pelo menos citado. Como The Morning Show se passa nos bastidores de um programa jornalístico, nada mais natural do que pegar ideias “emprestadas” da realidade. Afinal, nossos dias atuais pareceriam ficção se narrados alguns anos atrás.

 


O que vem por aí

Quarta: Documentário Axé: Canto do povo de um lugar, na Netflix
Quinta: Reality Desafio sob fogo Brasil e América Latina, no History Channel
Sexta: Quarta temporada da série 3%, na Netflix

 

 

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