A disfunção temporomandibular (DTM) afeta de 5% a 12% da população mundial, é a segunda causa mais frequente de dor orofacial (DOF) — associada a tecidos moles e mineralizados da cabeça, da face e do pescoço — e motivo de incômodo para muitos. Os principais sintomas envolvem dores na face, na região da mandíbula ou sensação de cansaço dessas áreas.
“Apesar de a progressão para um quadro grave e incapacitante ser rara, a DTM pode afetar consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos, principalmente, pela presença da dor e por prejudicar as atividades diárias básicas, como falar e mastigar, além de alterar o funcionamento psicossocial”, explica Naila Machado, cirurgiã-dentista e especialista em DTM e DOF.
Quando a dor relacionada à DTM se torna crônica, ela passa a ser considerada a própria doença e o paciente pode apresentar problemas mais sérios, como dificuldades alimentares, depressão, distúrbios do sono, comprometimento cognitivo e outros efeitos a longo prazo.
A perda de produtividade, também, precisa ser considerada. “É importante ressaltar que não é necessário apresentar todos os sintomas para ser diagnosticado com a disfunção temporomandibular e que nem todas as DTMs são iguais. Os critérios diagnósticos mais atuais incluem mais de 35 possíveis subclassificações”, complementa Naila.
Francielle Gonçalves, cirurgiã-dentista especialista em ortodontia, DTM e DOF, explica que o tratamento, muitas vezes, requer uma equipe multiprofissional. “Dentista, médico, psicólogo, fisioterapeuta e fonoaudiólogo podem ajudar, principalmente, pacientes que apresentam comorbidades, como depressão, ansiedade, fibromialgia e enxaqueca. Apesar de não utilizarmos o termo cura, existe tratamento para o controle da dor, melhorando muito a qualidade de vida dos pacientes.”
Grande parte dos pacientes apresenta melhora do quadro com terapias e mudanças de hábitos. Porém, há uma pequena parcela que recebe a indicação de intervenção cirúrgica. “Até pouco tempo atrás, a cirurgia precisava de corte na face, com maior tempo de recuperação e chance de complicações, como paralisia facial. Hoje, com tratamentos minimamente invasivos para a ATM, é possível fazer quase tudo o que era feito com somente dois a três pequenos furos, por onde são introduzidos uma ótica e os instrumentos”, afirma Fábio Ricardo Loureiro Sato, cirurgião especialista em bucomaxilofacial.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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