Saúde

O corpo durante o home office

Como poucos têm uma casa ergonomicamente adaptada, o uso prologando de eletrônicos pode causar diversos danos à postura, à visão e até a pele. Saiba como se proteger

Maria Carolina Brito*
postado em 27/08/2020 17:47

As normas para evitar o contágio do novo coronavírus obrigaram parte da população a migrar para o home office. Se ganhamos com as horas perdidas no trânsito, perdemos com dores no corpo e prejuízo à visão provocados por longos períodos em frente ao computador. Até a pele pode sofrer consequências.

A falta de atividades físicas, aliada ao aumento de peso e a hábitos pouco saudáveis, pode acarretar, inclusive, alterações metabólicas, como perda de massa muscular. Isso tem efeito sobre a capacidade física e funcional, impactando em variantes como força, agilidade, equilíbrio, tempo de reação, entre outras, o que, para idosos, por exemplo, pode provocar episódios de queda. A fisioterapeuta Reyna Lohmann, do Núcleo Silvestre de Saúde e Prevenção, explica que a falta de mobilidade causa diminuição da flexibilidade, ocorrência de dores articulares e piora da rigidez, sobretudo para quem tem doenças como osteoartrite.

A profissional ressalta que muitas pessoas não têm uma casa ergonomicamente adaptada para permanecer diante de um computador por tantas horas. “A adoção de posturas inadequadas sobrecarrega as estruturas do sistema musculoesquelético, o que pode resultar em dor e lesão na coluna lombar.” Reyna sugere o investimento em cadeiras ergonômicas e a prática de exercícios para fortalecer a musculatura abdominal e paravertebral. Ela ressalta que a não exposição ao sol, associada à falta de exercícios por período prolongado, pode acentuar problemas na metabolização de cálcio pela vitamina D, causando prejuízos na manutenção da massa óssea e até mesmo no sistema imunológico.

A visão, também, pede cuidados. Para quem precisa trabalhar à noite, a sugestão é sempre manter uma luz ambiente ligada, evitar ficar apenas com a iluminação do computador — lâmpada do teto ou até um abajur ajudam. O oftalmologista Alexandre Misawa, do Hospital HSANP, informa que é importante não deixar o brilho do monitor ou do celular muito forte, pois ofusca a visão. Até o uso da máscara pode ser prejudicial. “Ela faz com que haja um fluxo de ar direcionado para os olhos, deixando os óculos embaçados e, consequentemente, ressecando a córnea. Por isso, é importante lubrificar os olhos, além de manter a hidratação corporal.”

Engana-se quem acha que o fato de estar em casa, tomando menos sol, dispensa qualquer tipo de cuidado com a pele. A luz dos equipamentos eletrônicos, como celular e computador, provoca o chamado envelhecimento digital. Além disso, alterações emocionais podem resultar no retorno de enfermidades antes amenizadas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) orienta que a população, neste período de quarentena, invista em bons hábitos — que vão ajudar a reduzir o estresse e prevenir alterações na pele —, como prática de atividades físicas, bom sono, alimentação saudável e ocupação da cabeça com atividades que tragam prazer.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

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