Moda

Estilo imortalizado

Do século 18 aos dias atuais, saiba como ícones fashion influenciaram o modo de vestir da população

Manuela Ferraz*
Tayanne Silva*
postado em 27/08/2020 18:05
 (crédito: Boris Lipnitzki/ Roger-Viollet/Reprodução)
(crédito: Boris Lipnitzki/ Roger-Viollet/Reprodução)

Durante grande parte da história fashion, personalidades marcaram, ou até ditaram, tendências conhecidas e replicadas mundo afora. Do clássico e atemporal ao revolucionário, que busca quebrar padrões impostos, a moda tem um indiscutível poder de dialogar com a sociedade e criar referências que são, até hoje, usadas.

Para a historiadora Caroline Lardoza Diniz, a moda é uma linguagem que ajuda o outro a nos ler a partir de cores, texturas e combinações. Por isso, buscamos sempre referências para nos sentirmos próximos do que nos identificamos. “Os ícones que fizeram peças clássicas, atemporais e que chegaram como referência até os dias atuais usaram elementos simbólicos para romperem padrões, criarem ou, simplesmente, ressignificarem uma vestimenta para sua época. De Cleópatra até Beyoncé, observamos peças, cores e símbolos que são projetados, modelados e ressignificados ao longo da história e da sociedade.”

A partir da análise histórica de diferentes épocas, é possível notar a disseminação de tendências. “No começo do século 20, os meios de comunicação foram utilizados como instrumentos de propagação de ideias. Quem fazia parte dessas mídias conseguia mais facilmente disseminar modismos”, explica Caroline. Ela cita o vestido feito por Hubert Givenchy e usado por Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, que foi replicado milhares de vezes por se tratar de uma peça de fácil modelagem.

A professora Rafaella Lacerda, da disciplina moda contemporânea e brasilidade do Centro Universitário Iesb, ressalta que Paris e outras cidades europeias ditaram parte das tendências de estilo do mundo ocidental. “A influência de personalidades da moda mudou a partir dos anos 1960, com o surgimento da cultura jovem e da geração baby boom. A moda das ruas ganhou força e uma nova nomenclatura, bubble up — ou efeito borbulha —, surgiu. As tendências passaram a nascer nas ruas para, só depois, alcançar as passarelas.” Ela afirma que isso acontece até hoje. As influências ora chegam das ruas, ora das grifes ou das celebridades.

Referências

Quem é ligado no universo fashion costuma ter artistas, cantores ou estilistas como ícones e fontes de referências. Esse é caso da estudante de design de moda Rebecka Reese, 23 anos. Muitos visuais dela são criados com o estilo de Coco Chanel. “São tantas mulheres inspiradoras que fica até difícil listá-las, mas, em primeiro lugar, seria ela. É uma costureira atemporal e completa.”

Mas qual a importância dessa estilista? “De origem humilde, ela começou sua empreitada com uma loja de chapéus em Paris e criou um estilo feminino prático e confortável”, explica Caroline. A francesa aposentou os vestidos armados e bem estruturados com forros e anáguas, além de romper com os padrões impostos pela Belle Époque, em que o luxo e o exagero eram fundamentais para uma mulher elegante.

A cor preta, por exemplo, tem significados diferentes dentro da cena social, épocas e ocasiões. “Antes, era associada ao luto ou ao guarda-roupa masculino. Chanel ressignificou a cor para o feminino. Agora, o famoso pretinho é atrelado a um símbolo de poder e elegância”, expõe Caroline, que também é social media de moda.

Rebecka gosta de se inspirar em mulheres empoderadas, que começaram de baixo e se tornaram grandes referências do mundo fashion. “O estilo contemporâneo da cantora e compositora Solange Knowles, que casualmente desenha os próprios figurinos, e o swinging london (modo de viver londrino) da atriz Emma Watson me encantam. A brasileira Ucha Meirelles, formadora de opinião, feminista e consultora de estilo, também me inspira sempre”, completa.

Para a jovem, o urbano contemporâneo de cada uma delas produz informações de moda, como camisas sociais, vestido com corte reto, calças de alfaiataria e sapatos atemporais. No guarda-roupa dela, não pode faltar mullet, colares de pérolas fake, blazer, boina, casacos e calça pantalona. “Eu adoro mudar o corte e a cor do cabelo, como algumas delas também fazem.”

*Estagiárias sob a supervisão de Sibele Negromonte

A estilista Coco Chanel mudou a forma de vestir da mulher

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