Fitness & nutrição

O que o ovo tem? Ele já foi considerado vilão, mas é rico em vitaminas

Tipo de proteína animal, o ovo conta com mais de 50 nutrientes na composição. Especialistas dizem que, ao contrário do que se pensava, ele não causa problemas cardiovasculares

Mexido, frito, poché. Existem várias formas de comer ovo. Considerado, no passado, um vilão para a saúde, por causa da associação com o aumento dos níveis de colesterol e problemas cardiovasculares, hoje, tem suas propriedades reconhecidas. “O ovo é uma proteína completa, ou seja, contém todos os aminoácidos, vitaminas A, D, E e do complexo B, fósforo, ferro e cálcio”, explica a nutricionista Leila Fernandez. Ela ressalta, porém, que é importante entender que qualquer nutriente em excesso é ruim. “A quantidade de ovo ingerido deve ser avaliada individualmente.”

Segundo a nutricionista Isabella Resende Barreto, estudos científicos atuais comprovam que o ovo não afeta os níveis de colesterol (LDL), se consumido com moderação — assim como não existem evidências de que traga malefícios à saúde humana. “As gorduras saturadas e as trans têm maior impacto no aumento do colesterol do que ele.”

Para Isabella, não existe uma quantidade ideal de nenhum alimento a ser consumido, o que há são recomendações diárias de macro e micronutrientes que o corpo precisa para o bom funcionamento. “O ovo pode fazer parte do plano alimentar para ajudar a prevenir danos à saúde e trazer benefícios”, acredita. Isabella, porém, faz coro com Leila: “Deve-se procurar um profissional para fazer uma avaliação detalhada e, de forma individualizada, indicar o número de ovos que pode comer por dia”, diz.

Além de ser um alimento versátil e de fácil preparo, o ovo contém inúmeros benefícios. “Ajuda no aumento da massa muscular e, por conter antioxidantes, como vitaminas, selênio e zinco, retarda o envelhecimento, melhora o sistema imune e auxilia na prevenção de doenças”, enumera Leila Fernandez.

Isabella detalha que a clara contém proteína de alto valor biológico, o que aumenta a sensação de saciedade. Já o ferro previne a anemia; a vitamina A protege a córnea e contém antioxidantes, como zeaxantina e luteína, relacionados com a prevenção da degeneração macular e alterações oftalmológicas.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

Mais benefícios

- Ajudam no aumento da vitamina D e na absorção de cálcio pelo organismo.

- A gema é rica em colina, um aminoácido presente na membrana celular e no neurotransmissor acetilcolina, importante tanto para memória quanto para a concentração.

- É rico em vitaminas do complexo B, que auxiliam na saúde cerebral.

- É fonte das vitaminas A, E e K e rico nos minerais potássio, fósforo e manganês.

- Ajuda a reduzir o colesterol ruim e a aumentar o colesterol bom.

- Por conter biotina, fortalece unhas e cabelos.

- Melhora o sistema imunológico.

Fonte: Nutricionista Isabella Resende Barreto

E quem não come ovo?

O ovo é um ingrediente fundamental em diversas preparações, como bolos, pães e massas, além de desempenhar diferentes papéis, como acrescentar valor nutricional, dar leveza (aeração) às preparações, emulsionar e/ou estruturar as receitas. Mas e aquelas pessoas que são alérgicas ou veganas?

Para substituir, consuma leguminosas, sementes, cogumelos e ora-pro-nobis. “É importante que os alérgicos aos componentes, como albumina (proteína contida na clara), além de não consumir o ovo, leia os rótulos, pois faz parte de grande número de preparações”, diz a nutricionista Leila Fernandez.

Substitua por gel de linhaça ou chia — uma colher de sopa de uma das sementes inteiras e três colheres de sopa de água. “Deixe repousar e use essa mistura para bater com suco, massas de tortas ou bolos”, orienta. “Caso o gel de linhaça seja consumido após o preparo, é necessário triturá-la antes para que componentes, como o w3, sejam absorvidos”, complementa Leila.

Os veganos podem substituir por outros alimentos com o perfil nutricional semelhante, a exemplo de tofu, farinha de linhaça, grão-de-bico, feijões, milho, ervilha, quinoa, soja, lentilha, amaranto e cogumelos.

Como consumir

Cozido: é mais saudável, pois nenhuma gordura é adicionada, além de conter poucas calorias e ser prático de preparar.
Mexido: uma das formas mais fáceis e deliciosas de preparo, pois é possível acrescentar temperos, como orégano, para dar mais sabor. Em vez de manteiga ou azeite no preparo, use um pouco de água e uma frigideira antiaderente para não grudar. Outra ótima opção é utilizar óleo de coco, que não perde as propriedades naturais em altas temperaturas.
Frito: pode ser consumido dessa forma, mas devemos lembrar que as calorias aumentam devido à presença da gordura utilizada, como manteiga, azeite ou óleo.
É bom lembrar que os óleos vegetais em alta temperatura transformam-se em gordura trans, muito prejudicial à saúde.
O ovo deve ser muito bem cozido para não haver possibilidade do risco de contaminação pela salmonela.

Fonte: Isabella Resende Barreto, nutricionista do Hospital Adventista Silvestre