Se já não fossem suficientes os desafios enfrentados relacionados às crises sanitária, econômica e social que vêm ameaçando nosso país e o mundo, algumas das exigências feitas em larga escala, em nome da proteção contra a disseminação do vírus, colocaram-nos diante de problemas sérios, graves e de difícil resolução.
Para citar apenas um deles, trago a questão do aumento extraordinário na quantidade de plástico usada pela população mundial em 2020. Certamente, todos os restaurantes estão fazendo o melhor que podem para proteger os clientes, envolvendo cada garfo, faca, colher, cada punhadinho de sal numa embalagem. Meu medo é de que, na tentativa de nos protegermos, optemos por medidas que acabem colocando o planeta e a humanidade ainda mais em perigo.
Não há como ignorar que todo esse plástico terá um destino final! Sabia que todos nós, provavelmente, temos plástico correndo nas veias? Um estudo do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha e do Instituto Robert Koch encontrou vestígios de plástico em 97% do sangue e da urina de 2.500 crianças e jovens de 3 a 17 anos, coletados entre 2014 e 2017. “Nosso estudo mostra claramente que os aditivos plásticos, que estão crescendo em produção, também estão aparecendo cada vez mais no organismo das pessoas”, disse a pesquisadora alemã Marike Kolossa-Gehring.
Em outra pesquisa, da ONG Plastic Oceans International, cientistas analisaram 47 amostras de órgãos humanos e encontram microplástico e nanoplástico — fragmentos que medem de 0,001 milímetro a cinco milímetros — em todas. Cada pessoa pode ingerir — ou aspirar, já que elas também ficam em suspensão no ar — até 121 mil partículas por ano, de acordo com a Universidade de Victoria, no Canadá.
Ainda não é possível mensurar com exatidão os danos que essa invasão plástica pode causar à saúde humana. Mas que precisamos refletir sobre isto, não resta a menor dúvida.
Que assuntos dessa natureza permeiem as conversas, para que alguma saída seja rapidamente encontrada.
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