Um estudo recém-publicado no periódico Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly aponta que as pessoas consideradas mais atraentes são mais generosas e o inverso também é verdadeiro: pessoas mais generosas são vistas como mais atraentes. A pesquisa compilou os dados de três estudos que avaliaram a influência entre esses dois fatores com voluntários seguidos por várias décadas. Os resultados são válidos tanto para adolescentes quanto para idosos. E o ser humano já nasce altruísta?
Dividir com os outros, pelo menos com os membros do próprio grupo social, é uma característica única do ser humano. Um outro estudo publicado pela revista Nature mostrou que nosso lado altruísta não nasce pronto, mas vai se desenvolvendo durante a primeira década de vida. Pesquisadores suíços demonstraram que crianças entre 7 e 8 anos de idade já são capazes de dividir seu alimento de forma igualitária com parceiros do mesmo grupo social (coleguinhas de escola), mesmo quando têm a chance de ficar com a maior parte.
Esse estudo da Nature demonstra que o altruísmo humano já existe entre as crianças e mais uma vez nos revela que a cooperação é mais forte entre indivíduos do mesmo grupo social, também conhecida pela ciência como cooperação paroquial. O altruísmo “extraparoquial” é uma das mais marcantes habilidades do ser humano e que não é encontrada em outras espécies: a capacidade de criar e manter laços de cooperação com indivíduos que não são de seu mesmo núcleo familiar.
Já sabemos há tempos que o altruísmo tem inúmeros efeitos positivos em nossas vidas, como aumento de autoconfiança, felicidade, saúde de uma forma geral e sobrevida. E agora sabemos que nos deixa mais atraentes.
*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista Diretor Clínico do Instituto do Cérebro de Brasília
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