Moda

Crianças devem ser ouvidas na hora de escolher as roupas

Deixar os pequenos decidirem o que vestir é um bom exercício de amadurecimento. Conheça o estilo de alguns filhos e sobrinhos de jornalistas do Correio

Renata Rusky
postado em 11/10/2020 08:00
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Amanhã é Dia das Crianças e estas páginas são dedicadas a elas, que desde pequenas expressam a própria personalidade na forma de se vestir. Muitas, desde cedo, têm noção do que gostam e do que não gostam e escolhem as próprias roupas. E ai de quem tentar fazer com que vistam algo que não queiram. “É uma forma muito saudável de desenvolver seu autoconhecimento e a construção de sua identidade”, explica psicóloga Flávia Miozzo.

Aos pais, que, às vezes, frustram-se com as opções dos pequenos, ela recomenda procurar acolher as escolhas das crianças: “Faz com que elas se sintam respeitadas e valorizadas. Os pais podem orientar para que essas decisões sejam tomadas de forma mais adequada — em relação às condições climáticas, por exemplo. Mas devem, principalmente, incentivar a autonomia da criança e apoiá-la, pois o ambiente familiar é o mais seguro para ela experimentar, fazer escolhas e até errar”.

Em uma situação em que a criança quer sair com uma blusa de frio em um dia quente, apesar da orientação dos pais, Flávia esclarece que a criança vai precisar experimentar a sensação de calor para entender, na prática, que fez uma escolha inadequada e isso vai gerar um aprendizado. “Os pais precisam tentar controlar a ansiedade e até mesmo alguns padrões estéticos, pois o mais importante é a criança sentir-se confortável e feliz”, afirma.

Conheçam algumas crianças da Redação, filhas e sobrinhas de jornalistas do Correio Braziliense. Pequenas e já cheias de estilo.

Ana Clara Bernardes
Ana Clara Bernardes (foto: Arquivo pessoal)

Mateus Bernardes
Mateus Bernardes (foto: Arquivo pessoal)

Na casa dos irmãos Ana Clara, 8 anos, e Mateus Bernardes, 4, a turminha tem personalidade e é independente. Estão sempre grudados e com a imaginação a mil. Brincam de super-heróis, princesas, adoram mudar os móveis do quarto de lugar. Desde o começo da pandemia, traçam planos de viagem que incluem as casas dos avós, praia e cachoeiras. Tanto Ana Clara quanto Mateus começaram a escolher o que vestir por volta dos 2 anos e meio. Os pais perceberam muito rápido que não adiantava brigar contra isso. Então, se a roupa é adequada para o clima e o programa, ok. Ele descobriu as camisas de manga curta combinadas com camisetas. Ela ama os vestidos. De tempos em tempos, elege um favorito. Atualmente, é o modelo vermelho costurado pela vovó Zilda, e o de unicórnio, presente da vovó Meire. Ele divide-se entre as fantasias do Homem-Aranha, Homem de Ferro e Hulk.

Noah Rafael da Conceição Silva
Noah Rafael da Conceição Silva (foto: Arquivo pessoal)

Noah Rafael da Conceição Silva
Noah Rafael da Conceição Silva (foto: Arquivo pessoal)

Noah Rafael da Conceição Silva, 4 anos, é encantado por dinossauros e dragões, tanto para brincar quanto para vestir. Tem um guarda-roupa cheio de camisas de botão, com estampas que vão desde o xadrez ao branco mais social, mas essas estão guardadas para quando for seguro ir às festas de aniversário e aos encontros de família, que gosta tanto. Nestes dias em casa, com o calor que tem feito, as bermudas e camisas sem manga têm sido suficientes, mas o pijama que brilha no escuro faz sucesso. Os pés, quando não estão descalços, estão de meias, estampadas com animais ou super-heróis.

Laura Rusky Pera
Laura Rusky Pera (foto: Arquivo pessoal)

Laura Rusky Pera
Laura Rusky Pera (foto: Arquivo pessoal)

Laura Rusky Pera, 5 anos, superou a fase das fantasias recentemente, mas continua adorando saias e vestidos bem rodados e com brilho. Gosta muito de dar estrelinha, cambalhota, então, descobriu a praticidade dos shorts-saia. Há alguns meses, não gostava de roupas pretas, mas isso mudou: “Mãe, você percebeu que eu estou crescendo e usando umas cores escuras?”. No pé, quase sempre sapatilha. Muitas das roupas e calçados dela são comprados em brechós. É o caso do vestido estampado, do short-saia preto e do sapato prateado das fotos.

Helena Negromonte Prado
Helena Negromonte Prado (foto: Arquivo pessoal)

Helena Negromonte Prado
Helena Negromonte Prado (foto: Arquivo pessoal)

Helena Negromonte Prado tem 8 anos e muita personalidade quando o assunto é moda. Desde muito pequena, escolhe as próprias roupas e apresenta um estilo bem definido. Não gosta de vestidos do tipo princesa, cheios de detalhes. A sua combinação preferida é short e camiseta. “É mais confortável e melhor para brincar”, justifica. Mas, quando quer ficar mais arrumada, sempre aposta nas saias ou vestidos longos. Nos pés, tênis, crocs e sapatilhas. Tudo para se sentir bem.

Alice Niederauer Brito
Alice Niederauer Brito (foto: Arquivo pessoal)

Alice Niederauer Brito
Alice Niederauer Brito (foto: Arquivo pessoal)

Alice Niederauer Brito, 1 ano e um mês, tem estilo despojado. Gosta de estar na moda, mas sem abrir mão do conforto. Quando veste roupa nova, logo exibe o look para o papai ou para a mamãe. Nestes dias de calor, tem abusado das roupas mais frescas, como vestidos leves e shorts com blusinha. O amarelo é uma das cores que mais combinam com ela, assim como tons de rosa claro e candy colors. O presente vindo da Nova Zelândia, uma calça branca de bolinhas pretas e blusa com a frase “Kind people are my kinda people” (gente legal é o meu tipo de gente, em tradução livre), está entre os visuais básicos favoritos da pandemia: um importante lembrete do que as populações pelo mundo inteiro mais precisam neste momento.

Dicas preciosas

* Devemos entender essa vontade da criança fazer escolhas por suas próprias roupas como parte do desenvolvimento dela e não algo que deve ser
evitado ou punido.
* Se a criança frequentemente escolhe roupas inadequadas ao clima ou ao evento, como roupas de frio no calor, roupa de ficar em casa para ir a festa, a sugestão é que os pais organizem o armário de modo que facilite para a criança fazer escolhas mais apropriadas sem muita interferência. “Quando isso não é possível, a comunicação é a melhor estratégia”, garante.
* Escolhas limitadas: em situações específicas, os pais podem separar duas roupas e pedir para que a criança decida entre elas, em vez de darem o armário inteiro de opções. “Isso limita um pouco e ajuda a criança a fazer uma decisão mais própria para o evento”, explica.

Fonte Flávia Miozzo, psicóloga

 

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  • Noah Rafael da Conceição Silva
    Noah Rafael da Conceição Silva Foto: Arquivo pessoal
  • Noah Rafael da Conceição Silva
    Noah Rafael da Conceição Silva Foto: Arquivo pessoal
  • Helena Negromonte Prado
    Helena Negromonte Prado Foto: Arquivo pessoal
  • Helena Negromonte Prado
    Helena Negromonte Prado Foto: Arquivo pessoal
  • Alice Niederauer Brito
    Alice Niederauer Brito Foto: Arquivo pessoal
  • Laura Rusky Pera
    Laura Rusky Pera Foto: Arquivo pessoal
  • Laura Rusky Pera
    Laura Rusky Pera Foto: Arquivo pessoal
  • Ana Clara Bernardes
    Ana Clara Bernardes Foto: Arquivo pessoal
  • Mateus Bernardes
    Mateus Bernardes Foto: Arquivo pessoal
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    Alice Niederauer Brito Foto: Arquivo pessoal

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