Se, por um lado, o tempo não é um aliado do câncer de mama, já que o diagnóstico precoce tem um papel importante para um bom prognóstico, por outro, o passar dos anos permitiu avanços que melhoraram bastante a forma como mulheres enfrentam a doença hoje. A começar pela quantidade de informações, que faz com que o câncer seja menos um bicho de sete cabeças e mais uma enfermidade.
Máquinas modernas conseguem diminuir a quantidade de sessões de radioterapia; exames preveem a chance de novos tumores e identificam a real necessidade de quimioterapia. Na parte estética, uma questão séria para as mulheres, a perda de cabelo pode ser evitada, a reconstrução das mamas após uma mastectomia, facilitada, e tatuagens ajudam no processo de curar feridas emocionais.
Além disso, se há 15 anos, o câncer se espalhasse para outras áreas do corpo (metástase), era algo contra o qual os médicos pouco podiam lutar. Agora, a doença caminha para se tornar crônica — e não letal. Em tratamento para que o tumor não progrida, mulheres vivem até mais de 10 anos, com qualidade de vida e bem-estar.
Isso não significa, porém, que a prevenção deva ser esquecida. Ao contrário. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o reconhecimento adiantado do tumor possibilita que as chances de cura cheguem a 95%.
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Herança genética
Faz três anos que a empresária Nayara Santos Aguiar, 37 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama, em outubro de 2017. Por ter histórico familiar da doença, fazia exames anualmente, sempre em outubro, justamente por causa da campanha de conscientização da doença, Outubro Rosa. No ano anterior, os exames não haviam apontado nada. O intervalo foi suficiente para aparecer um tumor de 2,5cm.
Ela lembrava de como havia sido quando a avó, que a criou, descobriu o câncer de mama. “O tratamento dela foi muito sofrido, cruel, difícil. E eu vi a diferença para o meu”, relembra. Nayara tinha 15 anos quando a avó morreu e a então adolescente veio morar em Brasília com a mãe. Passar por cirurgia e quimioterapia também não foi fácil para a empresária, mas, acima de tudo, ela tinha uma certeza. “Quando recebi o diagnóstico, minha mãe virou para mim e disse: ‘você sabe que o câncer, hoje, não mata mais tanto’. E eu respondi que morrer eu não iria.”
Com a oncogenética avançada, testes e mapeamentos genéticos que não existiam na época da avó permitiram que fosse descoberta uma mutação genética em Nayara que aumenta o risco de ela desenvolver tumores. Trata-se da síndrome de Li-Fraumeni. A predisposição a tumores levou à decisão de realizar a mastectomia bilateral. Depois, começaram as sessões de quimioterapia — quinze, no total.
Nayara não se reconhecia no espelho. Tinha cicatrizes, ficou inchada, ganhou 8kg, perdeu o cabelo, a sobrancelha, as unhas ficaram escuras e caíram, os dentes mudaram. “O câncer e o tratamento te transformam em algo que você nunca esperou ser, e isso é muito difícil, em especial para as mulheres, que são vaidosas”, comenta. Mas a empresária se considera sortuda por ter colocado próteses de silicone no mesmo procedimento da mastectomia, evitando mais cirurgias.
Não é questão de vaidade
O cirurgião plástico João Darques explica que a cirurgia plástica também tem um caráter curativo. “Muitas vezes, é vista como uma indústria de estética pura, e não é assim”, defende. Em alguns casos, são feitas três cirurgias ou até mais para reconstruir a mama, o que ele considera traumático. “Estudos mostram que quem tem a reconstrução imediata apresenta uma melhora funcional mais rápida, nos primeiros cinco anos, além de melhor qualidade de vida. Não é luxo, e é bom até para o mercado, pois aquela mulher vai voltar ao trabalho normal mais rapidamente”, explica.
Uma das alternativas, caso não haja pele suficiente para colocar a prótese de silicone no momento da mastectomia, é o chamado expansor de Becker. “Ele é um receptáculo de soro fisiológico, com uma válvula acessível. Vamos expandindo a pele com soro ao longo de cerca de seis meses. O corpo, então, vai, aos poucos, aumentando a pele, pelo mesmo mecanismo de quando engordamos”, explica Darques.
Nayara afirma com segurança que o câncer ajudou a mostrar quem realmente a ama. Em 2017, Nayara era casada, mas o marido saiu de casa logo que ela recebeu o diagnóstico. “Uma das minhas brigas e indignações é isso: o abandono do homem. Durante as sessões de quimioterapia, fazemos muita amizade e vemos que isso acontece com muita mulher”, lamenta. Mas se gaba de, hoje, ter um namorado que a olha e acha que ela é a mulher mais linda e incrível do mundo.
As mudanças não pararam por aí. Nayara era advogada e decidiu trocar de carreira. “Eu vi que não era isso que queria para a minha vida e resolvi correr atrás do que me deixa feliz”, conta. Hoje, ela é empresária, dona da M’s Biscoitos, e se sente muito mais realizada profissional e afetivamente.
Muita gente a chama de “guerreira”, ao que ela responde que guerreiros são os que a apoiaram no caminho. Ciente de que pode ter outros tumores, a empresária, além de tratamento hormonal, faz tudo o que pode para evitar novas incidências e repete os exames a cada seis meses. Ela alerta: “O ideal era que todo mundo tivesse essa noção (de que ninguém está livre do câncer de mama), que pode ter a qualquer momento”.
Doença variada, tratamento personalizado
Embora se fale em câncer de mama como uma entidade única, na verdade, são vários tipos de doença e, desde a cirurgia às sessões de radioterapia e quimioterapia, o tratamento é adequado a cada caso. “O mais comum é o que nasce nos dutos, os canais por onde o leite passa até o mamilo. É o carcinoma ductal — 90% das mulheres com câncer de mama têm esse. Já o carcinoma lobular se origina nos lóbulos, as células que produzem o leite materno”, explica a oncologista Ludmila Thommen, especializada em câncer de mama. Ambos podem ou não atingir os tecidos próximos.
Mas as variações entre os cânceres não param por aí. “Ao longo do tempo, evoluímos para fazer exames ainda mais específicos, como o imuno-histoquímico, usado desde os anos 1990. Nós pegamos o carcinoma e aprofundamos a análise para ver o que fez ele surgir”, cita. Cerca de 75% das mulheres têm tumores receptores de hormônios como estrogênio e progesterona, que ainda são divididos entre luminal A e luminal B; 20% dos casos são do tipo receptor da proteína HER-2; e o restante são os chamados triplo negativo, ou seja, não é receptor de nenhum dos dois hormônios nem da proteína.
“Os receptores hormonais têm uma célula redondinha que se liga aos hormônios e, assim, cresce e se prolifera. Portanto, precisa ser tratada com medicações que bloqueiam os hormônios”, detalha Ludmila. Já o HER-2 é um gene na célula que faz com que ela se multiplique de forma descontrolada. “As nossas células têm esse gene, mas, no câncer de mama, há excesso dele, que faz com que as células se proliferem de forma descontrolada, causando os tumores. Nesse caso, há a terapia bloqueadora do HER-2.”
Conheça o seu corpo
Este ano, a professora Tatiany Pimentel, 36 anos, sentiu um nódulo ao tocar a mama. Ele ficava ainda mais aparente no período menstrual. Era um carocinho duro, pequeno, mas que serviu de alerta. Comentou com uma amiga, que a aconselhou a procurar um médico. Na mamografia, com a notícia de que teria que fazer biópsia do nódulo, Tatiany já ficou assustada, mas manteve o pensamento positivo de que não seria nada sério. Mas, quando a médica pediu para falar com ela, a preocupação tomou conta. “Passam mil coisas na cabeça, é um turbilhão, pensei na minha filha, como seria daqui para frente.”
Aconteceu tudo muito rápido e, em 3 de junho, saiu o diagnóstico. Ela tem um carcinoma metastático triplo negativo, ou seja, o câncer já se espalhou para outros órgãos e os tumores não são receptores de hormônio nem de HER-2. Ela admite que não sabia que havia tantas variações do câncer de mama, até acontecer com ela. Tatiany passou por uma quadrantectomia, ou seja, uma cirurgia conservadora das mamas, está fazendo quimioterapia e deve se submeter a sessões de radioterapia no futuro. Sempre de bem com a vida.
“Depois da quimio, eu sinto enjoo, uma dor de cabeça, mas levo minha vida normal. Estou trabalhando de casa, faço caminhada. Tem gente que diz que nem parece que eu estou passando por uma doença. Antes, eu contava para as pessoas e elas choravam. Aí eu começava a chorar também. Decidi, então, parar de contar, porque eu queria ficar positiva, e o choro não ia me levar a lugar nenhum”, relembra. Perder o cabelo foi um processo difícil, que começou já na segunda sessão. “Você passar a mão na cabeça e ele se desprender, é muito triste. E o couro cabeludo fica sensível, então, doía duplamente: pela vaidade e pelo físico.” Mas, agora, está bem resolvida com a careca. Sai com ela à mostra sem problemas.
A importância do autoexame
Tatiany não tinha indicação para fazer mamografia — que pode ser considerada um raio-X dos seios — tão cedo. Sem histórico familiar de câncer de mama, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda mamografia de rastreamento anual a partir dos 40 anos. Para mulheres com maior risco, deve-se começar aos 30. Portanto, para ela, o autoexame foi essencial. “O exame de imagem, no entanto, visa o diagnóstico de um tumor subclínico, subcentimétrico”, explica o mastologista Vilmar Marques, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Tatiany já alertou as mulheres da família.
O oncologista Bruno Ferrari explica que, em casos graves, de metástase, a tendência é a cronificação da doença. “Isso é bastante visto. Hoje, temos mais linhas terapêuticas, muito mais efetivas, mais duradouras e que limitam a toxicidade dos medicamentos. Há muitos pacientes com câncer metastático que vivem décadas, adequadamente tratados nesse período. Em um passado recente, parava-se o tratamento por conta dos efeitos tóxicos e não porque o câncer não respondia bem à droga. A toxicidade impedia de continuar”, ressalta.
Além do uso de medicamentos menos tóxicos, ele explica que, se no passado, a tendência era tratar todos os pacientes com protocolos agressivos, a ideia atual é fazê-lo só com quem realmente precisa. “Estamos indo na contramão, no descalonamento de dose, dando menos medicamento e mantendo o tratamento efetivo. Com menos droga, impactamos menos órgãos. Novos aparelhos também permitem tratar melhor os pacientes com menos sessões de radioterapia, por exemplo. Antes, seriam necessárias 30, mas hoje conseguimos fazer em cinco”, cita.
Outra opção para casos mais graves é a imunoterapia. “Ainda está no amanhecer. Ela é a nova promissora, mas de aplicabilidade bem restrita. Para casos triplo negativo, cerca de 15% dos tumores respondem. Ela será agregada ao arsenal terapêutico, uma ferramenta a mais. No entanto, para estágios menos graves da doença, os estudo não são conclusivos”, afirma Vilmar Marques.
Teste genômico pode dispensar quimioterapia
Está previsto ainda para este mês uma consulta pública feita pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) sobre a introdução do teste genômico que pode evitar o encaminhamento de mulheres à quimioterapia. “O teste Oncotype DX possibilita uma avaliação prognóstica e preditiva das pacientes, ou seja, além de conseguirmos identificar se há a possibilidade de recorrência da doença nos próximos 10 anos, conseguimos avaliar se o tratamento por quimioterapia é o mais indicado para aquela paciente”, afirma Sergio Oliveira, diretor médico para América Latina de uma das empresas que realizam o exame, a Exact Sciences
Vilmar Marques, da SBM, explica que o teste genômico é destinado aos estágios iniciais da doença e apenas para os receptores hormonais positivos (cerca de 70%). “Ele dá um score de recorrência e prediz o benefício da quimioterapia. Se a nota for baixa, não indicamos a quimioterapia”, detalha. O médico cita um estudo feito no Hospital Pérola Byintong, em São Paulo, que demonstrou que o exame reduziu em 70% a quantidade de mulheres com indicação para quimioterapia. “A quimioterapia causa muitos efeitos adversos, colaterais, isso é algo bom de evitar. Dá qualidade de vida”, resume.
Segundo o oncologista Bruno Ferrari, atualmente, o exame é feito por um grupo restrito de pessoas, que enviam o material para os Estados Unidos, com o custo que de US$ 2 mil a US$ 3 mil. “Há 10 anos, já fazemos isso. Existem guidelines que regulamentam o uso desses testes aqui, mas se for mais acessível, pago pelo plano de saúde, será melhor ainda poder evitar a quimioterapia com convicção de que não é necessária”, afirma.
Mulheres unidas
Se tem uma coisa que fortalece as pacientes de câncer de mama é o contato umas com as outras. Angela Ferreira, 55, psicopedagoga, recebeu o diagnóstico em 2016, dois dias antes de conhecer, totalmente por acaso, a designer de interiores e gestora de projetos Cris Koressawa, 46. Angela tinha uma reunião com Cris e, no fim, pediu desculpas por falar tudo muito rápido e ter pressa para ir embora. “Eu estava com o rosto inchado de tanto chorar e ela me perguntou o que tinha acontecido. Contei do câncer. Ela me puxou para um canto e me mostrou que não tinha as mamas e resumiu para mim toda a história”, relembra.
Angela, que naqueles dias só chorava e aproveitava a privacidade que tinha dentro do próprio carro para gritar com os vidros fechados, saiu do encontro com Cris ainda com lágrimas, mas cheia de esperança. “Eu sempre tive o apoio da minha mãe, da minha irmã, que ficavam em cima para cuidar de mim, mas, mesmo assim, a gente se sente sozinha, porque elas não passavam o que eu estava passando. Já mulheres que têm ou tiveram câncer, no olhar, já se entendem”, conta a psicopedagoga.
Para ela, o câncer de mama não é só uma doença física, mas da alma. E quando a mulher se recupera, é comum mudar a vida radicalmente. E só quem já passou pela experiência entende. “A família, muitas vezes, não entende. Pensa: não é porque teve câncer que tem que fazer isso ou aquilo. Mas é que agora eu vou fazer o que me deixa feliz. O critério de vida vira qualidade de vida e felicidade”, tenta explicar.
Foi por isso que, com a amiga Brígida Maraísa e também com a Cris, Angela resolveu criar um grupo de apoio Rosas do Cerrado. Elas se ajudam, entendem-se e são felizes. “Somos um grupo de amigas no WhatsApp e na vida, e um dos objetivos é levar alegria uma a outra. O marido pediu a separação (o de muitas pede)? Vamos alegrar essa paciente. Outra não tem com quem ficar na sessão de quimioterapia? A gente vai. Nosso foco é a alegria e a autoestima, mostrar que a mulher fica mais gostosa ainda depois do câncer”, afirma, bem-humorada.
Irmandade
Para Cris Koressawa, o grupo traz uma sensação de pertencimento. Ela teve câncer de mama oito anos antes de Angela, em 2008, e continua firme. A falta de apoio e acolhimento, para ela, vem principalmente dos próprios profissionais. “Não me explicaram nada direito e eu vejo que muitas mulheres passam pelo mesmo.” Foram três consultas em um mesmo dia. Cris estava completamente em pânico pela saúde e pela situação financeira, quando encontrou uma médica que a tratou humanamente.
No caso dela, o tumor tinha 8cm por 10cm. Ela conta que o sentia vivo, mexendo. Não era metastático. Mas, depois, teve outro, de pulmão. E com metástase. Em 2012, outro médico disse que tudo o que seria feito era apenas paliativo. Mas ela está aqui. “Eu estou bem, mas é um fantasma, uma doença crônica”, conta. Ainda assim, não se entrega: “Faço meus exames de rotina, tratamentos naturais, evito alopatia. Eu entendo, hoje, por que eu tive os cânceres”.
Cris faz questão de deixar claro que não romantiza o câncer, mas o Rosas, para ela, é um movimento de libertação. “Hoje, eu fico sem blusa em qualquer lugar que vá. Na aceitação, na libertação, no autocuidado, nas relações por empatia, somos irmãs”, garante.
Depoimento // Sibele Negromonte
A prevenção salva e a informação é tudo
“Descobri o câncer de mama em março, poucos dias antes de os primeiros casos de covid-19 se alastrarem no Brasil. Tinha acabado de voltar de férias e, como em todos anos, realizei um checape geral, que incluía mamografia e ecografia mamária. Os dois exames apontaram um nódulo que precisava ser investigado. Fiquei apreensiva, claro, e, imediatamente, procurei uma mastologista, que indicou a realização de uma mamotomia — exame invasivo, para retirar parte do nódulo e analisá-lo.
De cara, ainda durante o procedimento, pela aparência do material coletado, os médicos me comunicaram que, sim, tratava-se de um câncer. Em um primeiro momento, eu me desesperei. Receber um diagnóstico desses não é fácil. Chorei por dois dias, mas não podia me entregar. Eu tinha a medicina a meu favor e precisava tirar o maior proveito possível dela.
Por indicação da mastologista, procurei uma geneticista e fiz mapeamento genético — o resultado seria um dos determinantes para o tipo de cirurgia escolhida. Também me submeti a uma espécie de rastreamento para descartar outros tumores pelo corpo.
Vieram dois resultados importantes. O imuno-histoquímico mostrou que o tumor era de grau um, ou seja, em fase inicial, e do tipo luminal A, o mais comum e tratável. O mapeamento genético indicou que não havia mutação nos genes. Com esses dados em mãos, optamos por retirar o tumor, uma área de segurança e três linfonodos, mas conservar a mama. Entre o diagnóstico e o procedimento cirúrgico, passaram-se 21 dias de muita apreensão. O sentimento era de impotência e medo.
A cirurgia foi um sucesso. E tanto os linfonodos quanto o tumor retirados foram submetidos a novas análises. O exame transoperatório de congelação mostrou que o sistema linfático não estava comprometido. O Oncotype DX confirmou que se tratava do tipo luminal A, com uma pontuação que dava segurança para descartar a quimioterapia. Passei por cinco sessões de radioterapia e comecei a tomar tamoxifeno, que será meu companheiro por, pelo menos, os próximos cinco anos. Um comprimido por dia que age como bloqueador hormonal.
Ainda não posso falar em cura, mas só tenho a agradecer. Por ter tido acesso ao melhor tratamento, quando, no Brasil, muitas mulheres não conseguem sequer fazer a mamografia. Por ter descoberto precocemente o tumor e ele ter sido do tipo mais tratável. Por ter tido todo o apoio do meu marido, da família, dos amigos e dos colegas de trabalho. Entre tantas lições que tenho tirado disso tudo, duas faço questão de ressaltar: a prevenção salva e a informação é tudo.”
Sibele Negromonte é jornalista e subeditora da Revista do Correio