Crônica da Revista

Negócios com propósito

Maria Paula
postado em 22/10/2020 19:17
 (crédito: Editoria de arte)
(crédito: Editoria de arte)

Acreditamos que o empreendedorismo pode e vai continuar resolvendo, ou ao menos amenizando, milhares de problemas do mundo. Porém, precisamos de um novo tipo de base para a formação das empresas. Durante a crise de 2020, isso ficou ainda mais evidente. Com um novo paradigma de construção de negócios, evoluiremos para um novo patamar organizacional e realizaremos grandes transformações por meio do próprio mundo corporativo. Para construir essa base, é necessário olhar para dentro. Afinal, ela é construída de dentro para fora.

Sabemos que existe um padrão, uma base fundamental para a construção de negócios protagonistas da mudança do mundo, formado por três grandes forças. Cada força é um pilar, e estes são interdependentes e imprescindíveis para a sustentação do negócio. Definitivamente, os negócios que não adotarem essa tríade após todo o desafio que estamos vivendo correm sérios riscos de perderem espaço no mercado.

A primeira força é consciência. Tudo começa com o entendimento da palavra “pertencimento”. Todo empreendedor precisa compreender que seu negócio faz parte do todo. E o que o negócio faz afeta o todo. Assim como o que o todo faz afeta o negócio. É simples. É uma única unidade. O negócio é um organismo vivo associado diretamente a uma rede de atores a qual ele se torna interdependente e corresponsável. Só a partir do real entendimento do paradigma da consciência coletiva e pertencimento o empreendedor poderá pensar em utilizar o seu negócio como ferramenta de transformação do mundo.

A segunda força é o propósito. Por que o seu negócio existe? O que o mundo perde se ele deixar de existir? Qual a razão de ser do negócio? Qual o legado que está sendo construído? Essas são algumas perguntas que devem ser respondidas por todo empreendedor que deseja transformar o mundo por meio do seu negócio. É preciso respirar uma razão que vá além do lucro. Qual é a causa real? O lucro é fundamental, claro. Será sempre um objetivo de todas as empresas, mas não pode ser o único. É preciso que o negócio seja movido por uma causa, um propósito impulsionador, uma vibração maior de serviço ao mundo. Essa força exige empatia e senso de contribuição. De dentro para fora, sempre.

O terceiro elemento é humanização. Para manter uma organização protagonista ativa, é necessário focar nas pessoas. As decisões precisam ser tomadas com base nos valores humanos, antes dos financeiros. A humanização é o elemento que oferece manutenção ao propósito elevado. Por meio de uma gestão focada no potencial humano, uma cultura regada por amor e cuidado e uma liderança empática e solidária, as pessoas acessam seu potencial máximo e contribuem genuinamente para a causa maior do negócio. Uma pessoa que acorda para trabalhar por uma causa maior é a maior vantagem competitiva de qualquer negócio.

Por meio da aliança desses três elementos essenciais, as empresas saem da inércia e colhem benefícios imensuráveis, como felicidade no trabalho, altos níveis de engajamento, produtividade elevada, clima organizacional positivo e, além de tudo, atingem resultados financeiros extraordinários como consequência.

Ou seja, negócios podem transformar o mundo, gerar felicidade e serem altamente lucrativos. Tudo ao mesmo tempo.

Esta atualização do sistema econômico é mais que necessária. É urgente. E existem dois tipos de negócios: os que vão fazê-la acontecer e os que vão assisti-la acontecer. De que lado seu negócio está? Faça sua escolha de forma consciente.

Da série em parceria com jovens pensadores brasileiros, esta crônica foi escrita com Kiko Kislansky, empreendedor, palestrante, fundador da Cazulo e autor de livros como Muita alma nessa hora e Ouse ser você. @kikokislansky

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