Inventadas para cavalgar e proteger do frio, as calças têm acompanhado a humanidade ao longo dos séculos. Em 2014, foram encontradas as mais antigas do mundo, no oeste da China. Segundo pesquisadores, a duas peças teriam aproximadamente 3.400 anos. Feitas de lã, elas, provavelmente, eram usadas por pastores chineses e, por acompanhar a silhueta das pernas, davam liberdade para eles andarem a cavalo. Porém, há registros anteriores, como nas pinturas egípcias.
Na sociedade moderna, um momento importante para a popularização da peça é o surgimento da calça jeans. Democrática, ela faz parte do guarda-roupa da maioria das pessoas, justamente por ser versátil e transitar por diferentes ambientes sem muito esforço. A peça tem origem na cidade de Nimes, na França, por volta de 1792. A princípio, ficou conhecida como tecido de Nimes, mas, com o passar dos anos, a expressão foi reduzida ao denim.
“Contudo, foi nos Estados Unidos que o jeans se popularizou, quando o alemão Oscar Levi-Strauss usou o tecido para confeccionar uniformes de mineiros na Califórnia. No início, o jeans tinha coloração marrom, passando à cor azul com a criação do modelo 501. Tornou-se popular por conta de seu conforto e resistência entre trabalhadores. Quando o jeans foi legitimado por estilistas, seu uso já era massificado”, explica a consultora de imagem Jamila Guimarães.
A calça jeans popularizou-se entre os trabalhadores e foi se adaptando até a década de 1940, quando é apropriada pelos movimentos rebeldes do período pós-guerra, além de ter sido explorada por diferentes grupos sociais e pela publicidade.
E segue até os dias atuais como uma peça resistente e durável em comparação às demais vestimentas que temos no armário, como conta a consultora de imagem e relações-públicas Caren Cruz. “Fora a versatilidade que garante na composição dos looks para transitar em diferentes ambientes, a calça jeans é acessível a todos. Está presente nos mais variados modelos, materiais, opções de cortes e tingimentos.”
Jamila Guimarães selecionou três modelos de calça que surgiram há algumas décadas e permanecem no nosso guarda-roupa até hoje.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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Pantacourt
“A pantacourt reapareceu como tendência em 2015 e mantém-se firme e forte. Parente da pantalona, ela funciona muito bem para mulheres que cumprem diversas funções ao longo do dia, ajudando a criar looks práticos, já que, por ser mais curta, não tem o inconveniente da pantalona de ficar arrastando no chão. Além disso, dependendo dos complementos, ela pode compor desde looks fashionistas até os mais elegantes. No final da década de 1920 e início dos anos 1930, com o surgimento de movimentos feministas, a estilista italiana Elsa Schiaparelli foi uma das principais entusiastas pela criação de peças de roupa que facilitassem o movimento das mulheres — que até então utilizavam apenas saias e vestidos longos. Por ainda apresentar algum volume, ela se assemelha a uma saia.”
Alfaiataria
“O termo alfaiataria surgiu na Idade Média, quando os alfaiates eram responsáveis por confeccionar roupas de homens e mulheres. O estilo surgiu, inicialmente, no guarda-roupa masculino, mas, com o início do século 20 marcado por uma guerra e os homens em combate, as mulheres passaram a ocupar seus cargos no mercado de trabalho. Para poderem ter maior mobilidade, começaram a se apropriar de vestimentas tidas como masculinas, como blazers e calças. Coco Chanel foi uma das primeiras a terem o olhar voltado para a criação de peças em alfaiataria para mulheres. Por estarem muito associadas a ambientes de trabalho formais, a peça foi, por muito tempo, enquadrada em visuais mais caretas. Quando usada de forma criativa, porém, consegue compor looks cheios de personalidade.”
Legging
“Se existe calça mais versátil do que a legging, desconheço. Ela vai para a academia, transita no ambiente de trabalho e segue para a balada tranquilamente. Para funcionar bem, prefira as lisas e de cores neutras, pois servirão de base para qualquer look. Os primeiros registros de algo que se aproxima da legging que usamos atualmente são meias longas sem pés, vestidas por homens escoceses no século 14 e eram feitas de couro ou um tipo de malha. Com a invenção do elastano, a primeira legging com esse material surge em 1959. Mas foi na década de 1970, com as disco pants, que a legging ganhou força. Já na década de 1980, protagonizaram, com Jane Fonda, vídeos de ginástica.”
Como escolher o jeans
Para a consultora de imagem e relações-públicas Caren Cruz, escolher uma peça para vestir significa mais do que se adaptar a tendências que a moda está ditando. “É preciso enxergar o seu corpo e perceber o motivo real pelo qual se veste: por prazer ou para se esconder ou, quem sabe, realizar uma nova descoberta sobre o vestir”. Entre as variedades de calças disponíveis, ela destaca o clássico jeans reto e escuro de cintura alta. “Ele é atemporal, a certeza de que a pessoa terá uma peça para sempre”, completa. A profissional listou algumas dicas para serem seguidas na hora da compra do jeans:
1. Sempre avalie a costura do jeans. O ideal é que estejam retas e bem-feitas, cuidado com a costura franzida.
2. As costuras laterais deverão seguir as mesmas orientações.
3. Puxar a costura e ver o que acontece pode demonstrar o que acontecerá com as lavagens ou movimentos.
4. Cós e botões deverão ter reforços, bem como os zíperes.
5. Mesmo um jeans sendo uma peça com tecido grosso, este deverá trazer conforto, principalmente na costura interna.
6. Algumas marcas não vestirão bem em seu corpo. Tenha paciência e procure pelas que tenham modelagem que se assemelham ao seu corpo.
7. Se puder, experimente sempre!