Casa

Solução integrada

Por Manuela Ferraz*
postado em 04/12/2020 22:17
 (crédito: Julia Totoli/Divulgação)
(crédito: Julia Totoli/Divulgação)

Amplitude e integração são palavras de ordem e que descrevem o apartamento simpatia — carinhosa denominação que o duplex de 44m², localizado no Guará, recebeu das responsáveis pelo projeto. Os moradores, um casal que adora receber amigos em casa, buscavam soluções para demandas específicas e encontraram no espaço integrado o que desejavam. O pavimento superior acomoda os cômodos íntimos, a área social fica na parte inferior e todos os ambientes têm traços da personalidade deles.

Aproveitar ao máximo o espaço sempre foi a meta das arquitetas Gabriella Chiarelli e Marianna Resende, sócias-proprietárias da Lez. “Foi desafiador! Além da metragem limitada, os clientes tinham uma variedade enorme de equipamentos com grandes dimensões, como geladeira, máquina de lavar roupas, duas cervejeiras, adegas, e por aí vai”, explica Marianna. Para cumprir o objetivo principal, uma das propostas foi apostar em móveis leves, que permitissem uma sensação espacial maior.

O mobiliário, aliás, é o que delimita e desenha a circulação social. De um lado da área do andar inferior, uma estante em marcenaria e serralheria comporta parte dos equipamentos eletrônicos e, ao mesmo tempo, torna-se um elemento visualmente agradável ao ambiente. Do outro lado, o espaço embaixo da escada serviu para abrigar geladeira, máquina e um baú, seguindo o alinhamento da bancada da cozinha. Entre esses elementos, foi possível encaixar um sofá e uma mesa de jantar.

A dona do apartamento, Renata Esteves, 27 anos, também é arquiteta e acreditava que, dificilmente, conseguiria encontrar uma solução para todos os requisitos. “Gostamos de receber amigos, temos chopeira, adega, cervejeira, cafeteira, máquina de gelo e churrasqueira. Pedimos uma mesa de jantar, um closet espaçoso, uma área para estudos/trabalho. Achávamos que seria impossível ter todos esses itens, mas a Lez planejou um local especial para cada um deles, de forma organizada e funcional”, explica.

Desafios
A escolha profissional da dupla não foi ao acaso. A cliente conhecia Gabriella da faculdade. “Trabalho com projetos corporativos e manutenção predial, sou casada com um engenheiro civil, então, a expectativa de um apartamento dos sonhos era muito grande. Sabendo da importância do projeto arquitetônico, precisava de uma pessoa qualificada para projetar.”

Para Gabriella, levar amplitude para casas menores é, sim, possível. O primeiro ponto é planejar a maior parte dos móveis para garantir que caibam em dimensões específicas. “Otimizamos a marcenaria e fazemos um leiaute flexível, que é quando conseguimos ‘brincar’ com a posição dos móveis, dependendo da situação e do uso.” Ao mesmo tempo, evitaram mobílias que vão do piso ao teto, pois elas interferem na percepção visual e diminuem a sensação de amplitude do espaço.

Além da solução para a área social, o mais desafiador, as arquitetas destacam o projeto do banheiro, com esquadria de vidro para entrar luz e aproveitar a ventilação natural, como a proposta que mais gostaram de desenvolver.

Identidade na decoração
Para que o apartamento traduzisse o gosto dos moradores e atendesse suas demandas, uma pesquisa sobre as preferências estéticas do casal foi realizada. As arquitetas perceberam que Renata tinha um gosto mais clássico, enquanto o marido era mais moderno e industrial. Então, procuraram propostas que misturassem os elementos das duas linguagens de forma harmônica.

Renata confirma o equilíbrio. “Eu e Paulo Victor temos gostos bem diferentes. Amo cores claras e mármore; já ele prefere o estilo industrial e cores escuras. Com muita sabedoria, o projeto unificou nossas preferências, adotando materiais atemporais. No nosso loft, foram usados tons de cinza e madeira, sem perder a delicadeza, com móveis fendi e mármore”, detalha.

As diferenças do casal também se manifestam quando o assunto é o ambiente preferido. Enquanto ela adora a composição do quarto — iluminação da cabeceira, quadro e cama cheia de almofadas —, ele é apaixonado pelo sofá e pela charmosa parede cimentícia da sala.

* Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

 

 

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