Crônica da Revista

Correio Braziliense
postado em 04/12/2020 22:24
 (crédito: .)
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A menina maravilha


Você está numa máquina do tempo e... Boom! Dez, 20, 30, 40 anos atrás e você se vê na sua adolescência. Do que tem mais saudade? Qual momento gostaria de reviver? No que acreditava?

Se a sua adolescência foi marcada por ombreiras, toca-fitas, cabelos poodles e Menudo, a de agora herdou um mundo totalmente diferente, com smartphones, redes sociais, jeans rasgados e memes. Aos olhos de alguns, pode ser uma geração perdida, mas, para os mais atentos, os jovens de agora são os mais engajados em temas como equidade de gênero, igualdade racial, inclusão e desenvolvimento sustentável.

E como entender essa juventude tomada por ações mais do que por palavras?

Giovanna Basso, minha parceira na crônica de hoje, é uma jovem de 17 anos que publicou o seu primeiro livro, Adolê Sente: o mundo na perspectiva de uma jovem audaciosa. São 32 crônicas argumentativas — e cartas emocionantes à família, a futuros filhos e a si própria —, em que a autora fala sobre escola, autoestima, amor-próprio, família e todas as questões presentes no cotidiano de jovens mulheres.

Desde pequena, a autora nunca entendeu por que era vista como fraca e não era levada a sério; por que não deixam as meninas jogar futebol com os meninos ou falar sobre menstruação quando morria de cólica. Esgotada e rouca de tanto gritar e não ser ouvida, ela passou a desabafar sobre os seus sentimentos nas páginas de um caderno verde. E o resultado foram pequenas histórias de como o feminismo e a equidade de gênero estão atrelados à sua vida de diversas maneiras. Não só isso. Também convidou a irmã mais nova, Giulia Basso, para ilustrar, mostrando a visão de uma menina de 13 anos.

O livro é dedicado às meninas e jovens audaciosas!

Giovanna é uma menina como qualquer outra que abriu os olhos para observar o mundo ao seu redor e decidir o que quer e, principalmente, o que não quer para si. Adolê Sente foi a maneira encontrada por ela para se apaixonar pela sua história e espera que outras garotas também possam enxergar o potencial que há dentro delas. Que elas se tornem suas próprias heroínas.

E essa é a geração de jovens que você precisa conhecer. Jovens que escrevem livros, protestam, reclamam, questionam e mudam o mundo para que um dia seus filhos não tenham que fazer o mesmo. O Fórum Econômico Mundial afirmou, em 2019, que, no ritmo atual, demoraremos 108 anos para alcançar a equidade de gênero. Contudo, o fórum não sabia que o mundo tem mais uma carta na manga: meninas. Essa é a geração da Malala Yousafzai, da Greta Thunberg e — por que não? — da Gi Basso e de muitas outras brasileiras.

Mantenham os olhos abertos, porque uma nova heroína chegou para causar: a menina maravilha!

Da série de parcerias com jovens pensadores, apresento Giovanna Basso: estudante, escritora e musa da nova geração.

 

 

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