Veterinários orientam como tutores devem agir em caso de picadas

Saiba como evitar que seu pet seja atacado por abelha, escorpião, aranha e o que fazer, caso aconte~ca

Tayanne Silva*
postado em 10/01/2021 10:39
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

 

Um dos perigos que os animais domésticos e silvestres estão sujeitos é serem picados por insetos, como abelhas, ou por artrópodes, como escorpiões e aranhas. O veterinário Rafael Almeida Nascimento explica como proceder quando um bicho de estimação é atacado por um desses animais. “Somente o atendimento médico garante ou diminui a chance de complicações. O ideal é já saber quais consultórios, clínicas ou hospitais veterinários atendem a região que você mora ou a que pretende visitar”, orienta.

De acordo com o especialista, é importante não sugar, apertar ou furar o local ferido. “Para cada uma dessas picadas, pode ser preciso um tratamento diferente, desde a simples aplicação de uma medicação ou até a internação e realização de exames, nos casos mais graves.”

Segundo o veterinário, os sintomas variam de acordo com a picada do animal ou inseto peçonhento: “Dor, inchaço, coceira, ardor, vermelhidão, bolhas, secreção no local, e até vômito, dificuldade de respirar, fraqueza e cefaleia nos casos mais graves”, afirma Rafael, clínico geral e cirurgião geral de pequenos animais.

A picada da abelha, geralmente, resulta em dor, coceira e inchaço. “Quando é mais grave, provoca vômito e um inchaço que atrapalha a respiração. O nome desse inchaço é edema de glote e face”, detalha. “A picada do escorpião e algumas aranhas podem até causar necrose, que seria a morte do tecido local”, informa o veterinário.

A estudante de medicina veterinária da UnB Sabrina Ferraz, 23 anos, conta que toma bastante cuidado com os cães dela — a schnauzer Peggy, o pastor-alemão Bismarck e o vira-lata Simbad. “Contratamos os serviços de um jardineiro para manter o quintal sempre limpo, livre de acúmulo de folhas e frutas, e dedetizamos toda a área da casa pelo menos uma vez por mês”, afirma a jovem.

Ela explica que não deixa nada entulhado — sobretudo os escorpiões gostam de espaços escuros e amontoados para esconderijo. “O cuidado aqui é redobrado, pois, além dos meus pets, ofereço serviço de hospedagem para cachorros e prezo pelo bem-estar de todos”, diz.

Sabrina conhece os riscos que esses visitantes peçonhentos oferecem aos pets. “Em caso de picada, devemos ir a um veterinário e ele poderá avaliá-lo imediatamente. Se o tutor conseguir capturar o peçonhento para que seja feita a identificação do soro ou saber qual foi, ajudará muito.”

Acidente e emergência

O que fazer se seu animal for picado? “A primeira recomendação é tentar identificar qual espécie causou o ataque (abelhas ou escorpião) e, imediatamente, levá-lo ao veterinário especialista na espécie do seu pet, seja cão, seja gato ou animal exótico/silvestre”, afirma o veterinário Matheus Rabello Krüger. Segundo ele, apenas o veterinário saberá identificar corretamente os parâmetros para tomar a providência adequada.

Existem, porém, procedimentos que os donos podem fazer para impedir essas visitas indesejadas. “A dedetização deve estar em dia, pois, impede proliferação de insetos que atraem escorpiões e aranhas, por exemplo. Além disso, ter medidas básicas de higiene, como evitar acúmulo de lixo ou de matéria orgânica no quintal”, diz, Matheus, que é especializado em animais silvestres e exóticos.

Para o veterinário, evitar abelhas é um pouco mais complicado, ainda mais com terreno arborizado e com árvores frutíferas. “Uma opção é entrar em contato com o Corpo de Bombeiros para a remoção da colmeia. Apenas eles ou uma equipe especializada podem fazer essa retirada.”

Em bichos silvestres, jamais devem realizar torniquete no membro atingido, tentar drenar veneno, oferecer garrafadas ou coisas do tipo. “São hábitos culturais normais em determinadas regiões do país, mas que podem prejudicar o quadro, principalmente, dos bichos não convencionais”, informa Matheus. “As aves, os répteis e os mamíferos podem sofrer sérias consequências com medicações que usualmente são utilizadas para cães e gatos.”

O que fazer?

  • É importante manter limpos os locais próximos a residências, calçadas, jardins, quintais, paióis e celeiros.
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, meias-canas e rodapés, além de utilizar telas e vedantes em portas, janelas e ralos são outras formas de evitar a presença desses animais.
  • Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las.
  • Lembre-se: ao encontrar algum animal peçonhento em qualquer situação, afaste-se com cuidado, evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareçam mortos, e procure a autoridade local para providências.

Fonte: Ministério da Saúde (MS)

Além de tutora de três cachorros, Sabrina Ferraz oferece serviço de hospedagem para cães: cuidado redobrado no jardim

 

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