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Xô, pulgas e carrapatos! Descubra como proteger o seu pet

As altas temperaturas do verão favorecem a infestação dessas pragas, que transmitem diversas doenças, mas há como evitá-la

Renata Rusky
postado em 24/01/2021 11:00
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

O aumento da temperatura a partir da primavera faz crescer o risco de infestação de carrapatos e pulgas. No verão, a chance é ainda maior. Portanto, é preciso tomar cuidado. “Os pets podem apresentar desde uma simples coceira até doenças infecciosas graves. Para evitar isso, é necessário utilizar produtos com longa duração de ação e eficácia imediata, que protejam, também, o ambiente contra os parasitas”, afirma o médico-veterinário Marcio Barboza. Ele reforça que todos os pets podem adquirir os parasitas, mesmo que convivam pouco com outros animais ou estejam mais em casa por causa da quarentena.

A veterinária especializada em dermatologia Fabiana Vitale, do Hospital Veterinário Taquaral de Campinas, explica que os animais podem adquirir verminoses intestinais, dermatite alérgica e doenças hematológicas que causam disfunções, como anemia, queda de plaquetas, vasculites, lesões renais, alterações medulares e neurológicas. A infestação pode evoluir inclusive para a possibilidade de óbito, em casos mais graves se não tratados a tempo.

Além disso, a especialista lembra que pulgas e carrapatos picam também os seres humanos e podem transmitir doenças como a febre maculosa e doença de Lyme. Segundo Fabiana, os parasitas intestinais transmitidos por pulgas, como o Dipylidium caninum, também são transmitidos para os seres humanos. “Trata-se de uma zoonose, doença transmissível de animais para os seres humanos”, explica.

Tuanne Hamú com a cadela Jade, que teve a doença do carrapato aos 8 meses e, hoje, está curada
Tuanne Hamú com a cadela Jade, que teve a doença do carrapato aos 8 meses e, hoje, está curada (foto: Arquivo Pessoal)

Quando mais nova, a psicóloga Tuanne Hamú, 25, tinha dois cachorros, o Lupi, que já tem 19 anos, e a Bianca, que já morreu. Sempre encontrava carrapato e pulga nos dois. A família percebia a presença dos parasitas ao fazer carinho nos pets. “Sentíamos uma bolinha, já abríamos o pelo correndo”, ela conta. Até hoje, Tuanne fica alerta: qualquer caroço que apalpa nos animais de estimação, já pensa que é carrapato.

Em algumas épocas, a infestação era tão grande, que era possível ver alguns na parede, nos buraquinhos do grafiato. Pesquisaram muito a respeito, pediram orientação de veterinários. “Deixamos de levá-los em alguns lugares no passeio, porque sabíamos que ia ter pulga e carrapato. Passamos a deixar um potinho com álcool preparado para colocarmos o carrapato, caso achássemos, porque não pode matar na unha”, ela conta.

Mas, foi em outubro do ano passado que veio um susto maior. Há alguns meses, havia adotado um golden retriever, a Jade. Hoje, ela tem 1 ano e 9 meses. Ela e o namorado dividiam os cuidados com a cadela e estavam planejando a compra da coleira antipulga e anticarrapatos, mas antes que isso acontecesse, Tuanne encontrou dois carrapatos na mesma semana. Com apenas seis meses, Jade começou a ter febre, diarreia e ficou amuada, deixando a comida e as brincadeiras de lado.

Os sintomas apareceram depois de um estresse vivido por Jade em um passeio. Dois cachorros soltos tentaram atacá-la. A veterinária acredita que o episódio tenha abaixado a imunidade dela e feito a doença do carrapato se manifestar. “É difícil reconhecer a doença, mas, como eu estava estudando e ela ficava grudada em mim o tempo todo, eu percebi rápido. “Senti a Jade muito quente. Era elétrica e não queria brincar. Minha avó estranhou quando colocou comida e ela não quis comer. Falou comigo e corri no veterinário”, relata Tuanne.

A psicóloga sofreu muito com a situação. Ter aquela cachorra era o sonho dela e, em alguns momentos, achou que a perderia. “Eu queria chorar, porque o olho dela estava triste, sem vida. Outros cachorros meus tiveram muitos carrapato e não tiveram a doença, mas a gente tem que cuidar, porque basta um infectado para acabar com a vida”, lamenta.

Jade sobreviveu à doença, mas o tratamento foi complicado, caro e só terminou em janeiro. “Ela precisou de uma dieta restrita. Deixamos de dar ração um tempo e dávamos arroz, fígado, cenoura, batata, além do suplemento de ferro e do antibiótico. E fomos fazendo acompanhamento, porque o principal era ver o ferro, para ver se melhorava. O tratamento deu certo, conseguimos recuperá-la totalmente”, alegra-se Tuanne.

Agora, ela e o namorado não deixam Jade sem coleira protetora de forma alguma. Ela previne tanto pulga, quanto carrapato e mosquitos que transmitem leishmaniose. Além disso, ela tem cuidado com onde leva a cachorra. “Por uma questão de coragem mesmo, por exemplo, eu não consigo levar a Jade na beira do lago. Por conta das capivaras, tem muito carrapato lá. E ainda me preocupo com a leishmaniose”, alerta. De resto, a vida, agora, segue normal e com saúde.

Como identificar e prevenir

A veterinária Fabiana Vitale orienta a sempre checar o pelo dos pets. Os carrapatos, pulgas, piolhos e as larvas de miíase podem ser visualizados a olho nu na inspeção da pele e pelos dos animais. Ela alerta que o cuidado deve ser constante, em vez de só medicar quando já há uma infestação.

Para evitar a infestação de pulgas e carrapatos, ela recomenda o uso regular de comprimidos, coleiras e pipetas específicas para cães e gatos, respeitando o tempo de ação de cada produto, e reaplicar conforme a orientação da bula.

“É o que chamamos de cuidado profilático. A maioria dos tutores tem por hábito acreditar que os produtos veterinários têm apenas a função de tratar uma infestação por carrapatos e pulgas e aplicam somente quando este mal transparece, mas aí o animal já pode estar infectado por ectoparasitas, adquirido verminose, etc”, esclarece.

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