Saúde

O que seus olhos podem dizer sobre você e sua saúde

Conheça a iridologia, estudo sobre a saúde mental e física por meio dos olhos. Especialistas explicam sobre a prática e as vantagens desse método alternativo

Tayanne Silva*
postado em 21/03/2021 08:00
 (crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)
(crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)

A íris é formada pelo conjunto de filamentos, pigmentos e manchas. Existe uma ciência ou uma medicina alternativa (considerada por alguns profissionais) que avalia predisposições físicas e emocionais a partir dos olhos. Essa análise é chamada de irisdiagnose ou iridologia. “Por meio da observação dessa região, mais necessariamente da íris, que é a parte colorida dos olhos, é possível ver o funcionamento de todos os órgãos e o comportamental”, explica a terapeuta e iridologista Andréia Cardoso de Morais.

De acordo com a naturopata Adriana Mendes, a íris não diagnostica doenças, mas dá pistas e conduz o terapeuta direto à fonte do problema. “Por exemplo, hipotireoidismo é uma condição cada vez mais comum e tende a crescer por causa dos maus hábitos. Os exames de sangue falham em detectar a disfunção tireoidiana, na maior parte das vezes, mas a íris é implacável”, afirma ela, que é também iridologista. “Ela aponta a tireoide e ainda consegue demonstrar, pelas cores e relevos, se essa glândula se encontra hipoativa ou hiperativa”, complementa. “As íris têm 70% de informações e nelas encontramos a localização de todos os órgãos e sistemas através do mapa (desenho)”, acrescenta Andréia Cardoso.

Os olhos são um microssistema, assim como ouvidos, pés, língua, dentes e todas as células. “A íris está ligada diretamente com o sistema nervoso, que é ligado ao nervo ótico hipotalâmico. Sendo assim, a iridologia é o estudo dela através de análises de alterações existentes, que são representadas por raios, mudanças de cores, buracos, pontos ou desenhos”, expõe Fabricio Bornaghi, terapeuta iridólogo e naturopata.

Com os sinais que a íris dá, é possível detectar o estado físico e emocional. “Encontramos nela os terminais nervosos do corpo e, em qualquer alteração, aparece um sinal na área. No caso das cirurgias, essas não ficam constatadas na íris porque a anestesia bloqueia o sistema nervoso”, observa.

Benefícios da avaliação

É importante compreender que iridologia não é uma adivinhação, mas uma ciência para se fazer um diagnóstico. “Deve ser feito em ambiente adequado, com total privacidade e tranquilidade para o examinado, pois estará expondo a individualidade e a intimidade, não só em relação à saúde, mas também às emoções e à personalidade”, diz o terapeuta.

Os benefícios são vários, como saber sobre a saúde gastrointestinal. “O nível de intoxicação e de acidez, características psicoemocionais, a genética e a epigenética”, diz a iridologista Daiane Mucio da Silva. A partir da avaliação são propostas maneiras práticas e naturais para melhorar a saúde do paciente. “São predisposições que encaminhamos para exames detalhados, para, assim, concluir um diagnóstico, ou seja, não substitui exames clínicos. É um excelente aliado em conjunto”, diz ela.

Na consulta, feita a partir de uma lente específica chamada iridophoto, são tiradas fotos do olho esquerdo e do direito. “As imgens são analisadas no computador com a ajuda de um software ou mapas, que vão guiar o iridologista na análise. Também fazemos uma ficha de anamnese com os dados pessoais do paciente/interagente”, afirma Daiane Mucio da Silva, também naturopata.

História

No século 19, o húngaro Ignatz Von Peczely desenvolveu o diagnóstico pela íris. Quando criança, ele brincava com uma coruja que tinha uma perna quebrada. Percebeu, então, que em determinado local da íris apareceu um sinal, que foi se apagando na medida em que a coruja foi se curando. Depois, tornando-se médico, ele começou a observar nos pacientes se acontecia aquela coincidência. Ele trabalhou no Hospital do Colégio de Medicina, em cirurgia, onde pode fazer mais comparações; observou, também, que determinados remédios geravam alterações na coloração da íris; e criou, então, o primeiro mapa iridológico. A avaliação é feita através da íris, sendo batida uma foto com uma lente especial e/ou, através de um microscópio.

Fonte: Fabricio Bornaghi, terapeuta iridólogo e naturopata.

Saiba mais!

Por meio da íris, se tem condições de ter um apanhado geral das funções ou disfunções do corpo humano. Tendências de futuros problemas que podem ocorrer, quadro alérgico, disfunções hormonais, disfunção cardíaca e sistema circulatório.

Por se tratar de uma medicina alternativa, cujo princípio é o tratamento natural, não existe contraindicação. Procure sempre um profissional qualificado.

Existem sinais específicos na íris que indicam desequilíbrios. Por exemplo: a pessoa sofre de insônia. Na região cerebral, poderá haver um sinal característico na área do hipotálamo e pituitária, que indicam a causa da insônia. Essas glândulas são importantes na regulação de neurotransmissores e secreção de hormônios, como serotonina e melatonina.

É possível verificar predisposições de doenças gastrointestinais, tumores, problemas reumáticos, acidez orgânica, dificuldades cardiovasculares, enxaquecas, parasitas, problemas na tireoide, estresse, depressão.

O estudo vai desde a anatomia, fisiologia, histologia, farmacologia, patologia até a possibilidade de se conhecer a constituição geral e parcial do indivíduo. É possível obter uma gama extensíssima de dados que permite uma avaliação física, mental e psíquica.

Fontes: Andréia Cardoso de Morais, terapeuta e iridologista; Fabricio Bornaghi, terapeuta iridólogo e naturopata; e Daiane Mucio da Silva, iridologista

Atenção!

O exame da íris não se propõe como exclusivo. É uma ferramenta nas mãos de médicos e outros profissionais de saúde que valorizam a técnica. Exames clínicos, no entanto, são insubstituíveis e indispensáveis. O iridologista faz um exame minucioso de ambos os olhos. Dependendo do profissional, esse exame pode levar de 5 a 30 minutos em média. Cada um avalia da própria maneira, seja com lupa e lanterna, ou por meio da foto digital em celular, ou máquina fotográfica. O profissional aplicará o mapa de sua preferência à imagem obtida e fará perguntas ao paciente, relacionadas aos achados desses olhos.

Fonte: iridologista e naturopata Adriana Mendes

Palavra do especialista

A partir de qual idade a pessoa pode ser submetida a uma análise? Há alguma contraindicação?

Não há absolutamente contraindicação alguma para a análise. Vale ressaltar que crianças até 7 anos incompletos ainda estão em processo de formação de suas íris, portanto, a análise pode não ser fidedigna. Caso os pais desejarem avaliar os filhos menores de 7 anos, não há impedimentos.

Como um iridologista poderia apontar desequilíbrios físicos e emocionais?

Cores, direção das fibras, relevos são alguns dos sinais mais importantes, os quais são observados pelo iridologista durante a avaliação. Em um olho (cor de mel), por exemplo, pontos marrons escuros chamam a atenção do terapeuta para possíveis inflamações crônicas. Pontos esbranquiçados, mais claros do que a cor do olho, por outro lado, revelam situações que podem estar acontecendo naquele momento, como uma crise alérgica ou uma dor de coluna recente. Quanto às marcas emocionais, algumas são diferentes das orgânicas, e irradiam em círculos, como anéis. Outras deformam a pupila, apontando para fortes traumas emocionais. Esses são os sinais clássicos, mas existem diversas vertentes que utilizam técnicas distintas para determinar herança genética, comportamento, estresse e até traumas de infância de outras maneiras.

Quais são os outros benefícios ou as desvantagens?

Pela íris é possível determinar com bastante precisão algumas tendências genéticas e comportamentos nocivos para a saúde, como acúmulo de ansiedade ou dificuldade em se expressar adequadamente no sentido emocional. Nesse exemplo, a ansiedade e a falta de perdão se transformam em inflamações que podem ser consideradas idiopáticas pela medicina convencional, mas que têm forte impacto negativo em órgãos, como fígado e rins. Outro exemplo são doenças autoimunes que se originam em dibioses do trato gastrointestinal, e esse é um quadro muito comum de se encontrar. Esse tipo de informação não se obtém por raio-x, tomografias, ressonâncias, ultrassons ou exames de sangue. São informações preciosas que a íris fornece ao terapeuta, norteando o profissional iridologista e os demais cuidadores a uma resolução muito mais assertiva.

Adriana Mendes é iridologista e naturopata

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

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