Apaixonada por doces desde a infância, Gabriela Motta costumava usá-los como uma espécie de moeda de troca. “Sempre que queria que um amigo fosse à minha casa estudar, eu dizia que ia fazer brigadeiro. E todos acabavam indo”, diverte-se. Grávida da primeira filha ainda muito nova, ela lembra que não teve um dia, durante a gestação, em que não preparou e comeu brigadeiro.
O tempo passou, a brasiliense formou-se em fisioterapia, passou a trabalhar em uma agência de publicidade, e a confeiteira amadora ficou adormecida. Mas não completamente esquecida. Em 2009, Gabriela foi, acompanhando o marido, morar em São Paulo. Lá, conseguiu emprego em uma agência e engravidou da segunda filha. “Quando voltei da licença-maternidade, decidi pedir demissão e dar um tempo para cuidar das crianças”, relembra.
Como estava sem trabalhar, Gabriela resolveu fazer um curso de cupcakes. “Sempre tive facilidade com trabalhos manuais. Sou filha de artista plástico e acho que está no DNA.” Em 2014, de volta a Brasília, achou que estava na hora de voltar ao mercado de trabalho. Fez uma entrevista de emprego que não deu certo. “Aquilo me deixou chateada”, confessa. Decidiu, então, fazer um curso de bolos decorativos em pasta americana. As aulas fizeram acordar nela a paixão pela confeitaria.
“Fiz o curso em dezembro de 2014. No início de 2015, já estava oferecendo os meus bolos para venda”, recorda-se. No início, a brasiliense usou o boca a boca e a sua conta no Instagram para divulgar os seus produtos. Também se aperfeiçoou, fazendo cursos por todo o país. Em pouco tempo, tinha uma clientela fiel. “Quando vi, já tinha uma geladeira extra na varanda e um fogão e um freezer na área de serviço. A minha casa já não comportava minha produção.”
La dolce vida
Gabriela alugou, então, um espaço em Águas Claras, que passou a funcionar como ateliê. Nascia, assim, a La dolce vida. No cardápio, bolos artesanais, decorados em pasta americana ou buttercream (creme de manteiga), e doces e bombons tradicionais preparados sob encomenda para festas de aniversário, casamento, batizado, noivado e celebrações em geral.
Ao mesmo tempo, alguns clientes começaram a pedir a Gabriela que ensinasse as técnicas de confeitaria. Ela passou a oferecer cursos, com até cinco alunos, ou aulas individuais. “Muitas das minhas alunas, que nunca tinham sequer assado um bolo, hoje, vivem da confeitaria”, orgulha-se.
Mas veio a pandemia e, com ela, o cancelamento das festas e a suspensão das aulas. Gabriela precisou agir rápido para que o negócio não quebrasse. Começou a oferecer bolos menores, de 1kg, e mais simples, sem decorações elaboradas. Criou, ainda, um kit festa, com um bolo pequeno e 30 docinhos, para as comemorações em família. Também passou a oferecer um curso on-line, de aproximadamente uma hora e meia.
A confeiteira investiu ainda nas datas festivas. O primeiro desafio foi a Páscoa do ano passado. “Fiquei muito receosa, porque já tinha comprado a maior parte do material e não sabia como ia ser, tudo era muito novo para todos. Mas deu supercerto: vendemos 630 ovos.” Na Páscoa deste ano, o sucesso foi ainda maior, com quase 900 unidades comercializadas. No Dia das Mães, dos Pais e dos Namorados, Gabriela criou cestas especiais. No Natal, teve também cardápio comemorativo.
Ela também passou a oferecer sobremesas, como baioffe e red velvet, cuja receita compartilha com os leitores da coluna, em taças, que ficam como presente para os clientes. Há, ainda, brownies e pralinés à venda, assim como cestas personalizadas. As aulas individuais também voltaram. “Como ainda há muita gente com receio, preferimos adiar as em grupo.”
Para os bolos decorados, Gabriela pede que as encomendas sejam feitas com, pelo menos, 10 dias de antecedência. Hoje, a maioria dos clientes preferem os feitos com buttercream. Para dar conta da demanda, a confeiteira conta com a ajuda de uma funcionária na cozinha e um motorista, que faz as entregas. Em datas especiais, quando os pedidos aumentam muito, o marido entra no circuito e ajuda no delivery. “Mas a decoração dos bolos é feita exclusivamente por mim”, faz questão de ressaltar. Perfeccionista, ela não abre mão de oferecer um produto perfeito ao cliente.
Red velvet com recheio de creme cheese frosting
Para a massa red velvet
Ingredientes
* 115g de manteiga sem sal
* 205g de açúcar refinado
* 275g de farinha de trigo
* 1 e ½ colher de café de bicarbonato de sódio
* 1 colher de chá de fermento em pó
* 1 colher de chá de sal
* 3g de chocolate em pó 100% cacau
* 1 colher de chá de corante vermelho em pó
* 3 ovos inteiros
* 2 claras
* 110ml de leite
* 110ml de iogurte
* 8ml de limão espremido
* 8ml de vinagre
Modo de fazer
* Bata primeiro a manteiga com o açúcar. Depois que tiver homogênea, acrescente os ovos (ovos inteiros + as claras). Bata novamente.
* Acrescente metade dos secos peneirados (farinha, corante, chocolate em pó, fermento, bicarbonato de sódio e sal) e metade dos líquidos (iogurte, leite, vinagre e limão). Deixe misturar bem e acrescente o restante dos secos e líquidos. Bata novamente até ficar tudo bem misturado.
* Coloque numa forma e deixe assando por 40 a 50 minutos em fogo baixo preaquecido.
Para o recheio
Ingredientes
* 300g de cream cheese
* 180g de açúcar
* 100g de manteiga sem sal.
Modo de fazer
* Bata primeiro o açúcar e a manteiga. Depois que estiver uma mistura homogênea, acrescente o cream cheese. Bata e reserve para rechear ou cobrir o bolo.
* Espere esfriar, retire o bolo da forma e, agora, é só cobrir com o cream cheese frosting. Use frutas vermelhas para decorar.
Serviço
Instagram: @ladolcevidadoces / WhatsApp: (61) 9 8370-3132
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.