Bichos

Pet em apartamento? Veja como conciliar

Além de toda a alegria que têm para dar, alguns animais são grandes em tamanho. Alguns cuidados são necessários para a boa adaptação em ambientes pequenos

Giovanna Fischborn
postado em 25/07/2021 09:00
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Quem mora na cidade já deve ter se deparado com pessoas que criam animais de médio e grande portes em apartamento ou casa pequena. O que é cotidiano para alguns, chama a atenção de outros por parecer desproporcional. Afinal, a saúde do pet depende, em parte, de atividades e de um espaço adequado para realizá-las. É também de se imaginar que os tutores estejam dispostos a ter um trabalhinho para garantir o bem-estar em casa, com execução de algumas tarefas para a boa adaptação do animal. Alguns esforços são mesmo necessários.

Mas é possível conciliar a criação de um pet em casa pequena ou apartamento? A veterinária Carolina Freitas vem observando essa crescente de animais grandes em lugares limitados. À pergunta, responde que a falta de espaço livre precisa, sim, ser levada em consideração quando se pretende ter um bichinho, mas não é um fator impedidor imediato.

É preciso considerar a raça em questão e associar com o tempo e disposição do tutor. Carolina exemplifica que o dogue alemão, apesar de chegar facilmente aos 70kg, não dá trabalho em apartamento, porque tende a ter a personalidade mais tranquila. Enquanto isso, labradores e golden retrievers são extremamente ativos e precisam de exercícios diários com alguma intensidade.

De fato, proporcionar passeios e deixar o animal sair um pouquinho, explorar novos ares, são vitais para a saúde do pet. Evita o tédio e a ansiedade quando separado dos donos. Carolina pontua que muitos animais mordem e quebram objetos na ausência dos tutores; outros passam muito tempo lambendo as patas. Esses comportamentos podem ser indicativos de que eles não estão passeando o suficiente. Isso pode prejudicar até mesmo raças pequenas ou que não costumam exigir passeios longos nem intensos.

“Quando o tutor tem disponibilidade para levar para passeios e corridas, a adaptação costuma ser tranquila. Tudo depende da rotina e do dia a dia em casa”, aponta a especialista. Para alguns, ela cita a opção de procurar serviço de creche algumas vezes na semana ou quando necessário. Assim, o animal dispõe de atividades com mais frequência e tem a chance de socializar.

Passeio nunca é demais

A veterinária Ana Paula Amaral, da Vet Med, propõe, como recomendação geral, passeios rotineiros pelo menos duas vezes ao dia. Mas ressalta que os animais de pequeno porte e os mini acabam se adaptando com mais facilidade em apartamento.

Nesse sentido, um ponto é unânime entre as especialistas: animais maiores demandam mais atenção e despendem gastos maiores. Isso porque consomem mais ração — que costuma ser proporcional ao peso e à frequência de exercício, como indicam várias embalagens. Além disso, alguns medicamentos são dosados segundo o peso e costumam ser mais caros para os de grande porte.

É o caso do american bully Pacato, de 1 ano e 4 meses. Apesar de a estatura não ser tão alta, cães dessa raça podem alcançar até 50kg. São robustos, com porte atlético, peito largo e ossatura forte. Como é de se esperar, Pacato precisa de muito exercício e também de companhia. O tutor Danilo Lopes, de 19 anos, conta que os passeios precisam acontecer quatro vezes ao dia: depois do café, antes do almoço, no período da tarde e à noite.

Pacato vive em um apartamento de 69m²: pouco espaço compensado com quatro passeios diários
Pacato vive em um apartamento de 69m²: pouco espaço compensado com quatro passeios diários (foto: Arquivo Pessoal)

Além das caminhadas em uma área verde extensa próxima ao prédio onde mora, o entretenimento em casa preenche a falta de espaço. No apartamento de 69m², que fica no Guará, a família também brinca com Pacato.

Sobre a convivência do animal com a vizinhança, Danilo relata já ter passado por algumas dificuldades com vizinhos. O porte do animal intimida algumas pessoas. Fato é que o american bully precisa, sim, ser educado para ter noção da própria força, mas é muito brincalhão.


Gatos

Para a veterinária Ana Paula Amaral, os gatos têm facilidade em se adequar a poucos metros quadrados. “É possível a criação até mesmo em quitinetes, sem prejuízo”, explica. Mas vale o bom senso. Nada de gaiolas ou caixinhas para mantê-los.


Recomendações

  • Considerar a raça do animal e adequar o tempo de passeio e intensidade dos exercícios às especificidades de cada uma.
  • No geral, a sugestão é passear, no mínimo, duas vezes ao dia, 30 minutos cada.
  • O enriquecimento ambiental é muito importante. Ter brinquedos que estimulem o pet faz muito bem. Um exemplo é o chamado brinquedo recheável, que dá para colocar ração dentro, depois, o pet precisa girá-lo para pegar os grãozinhos.
  • Como em qualquer caso com pet, a higiene do lar requer atenção. Separe um cantinho para as necessidades ou acostume o animal a descer.

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