Bichos

Sono da beleza: os pets também precisam de horas de descanso

Noites bem-dormidas determinam nossa disposição e saúde. Com cães e gatos, não é diferente

Carolina Marcusse*
postado em 01/08/2021 08:00
Mimosa procura lugares mais altos, como camas e sofás, para dormir e se enrosca nas almofadas
 -  (crédito: Arquivo pessoal)
Mimosa procura lugares mais altos, como camas e sofás, para dormir e se enrosca nas almofadas - (crédito: Arquivo pessoal)

Se você tem um animal em casa, provavelmente, já se perguntou o que ele faz quando você sai. Saiba que nem sempre será algo empolgante. Estudos indicam que cães e gatos domésticos dormem, em média, de 12 a 16 horas por dia. As longas horas de sono dos bichinhos, porém, não são sequenciais. A atenção deles é dispersa e qualquer barulho no ambiente pode acordá-los. Portanto, acabam tirando longas sonecas durante o dia e um maior repouso à noite, quando há menos estímulos externos e o tutor também descansa.

Márcia Scharth, médica veterinária, ressalta que a intensa convivência com as pessoas humaniza esses animais, alterando os ciclos de sono naturais e moldando seus hábitos. “São muito influenciados por seus tutores. Na natureza, muitos desses animais dormiriam durante uma boa parte do dia e ficariam mais ativos à noite, caçando e socializando quando há menos perigos para eles. Contudo, vivendo sob um teto, sua rotina acaba se assemelhando àqueles com quem ele convive”, afirma.

A profissional faz o alerta de que o bem-estar dos pets vai além de vacinações em dia e ração de qualidade, o sono também é um fator muito importante na saúde como um todo do animal, que deve ter um espaço próprio para o repouso. Um sono profundo, assim como o dos humanos, é essencial para as atividades cognitivas, a memória e outras funções.

Um local confortável, com temperatura agradável e sem barulhos que perturbem o sossego, é importante para assegurar um sono reparador. No entanto, os fatores que podem atrapalhar diretamente esse descanso são inúmeros, desde parasitas internos até pulgas e carrapatos. Ao perceber mudanças no comportamento do animal, um veterinário deve ser consultado e todas as possibilidades devem ser investigadas.

Dependência e peculiaridades

Apesar de dorminhocos, existem particularidades quando as espécies são comparadas, devido a seus diferentes comportamentos e relação com as pessoas. O cachorro é conhecido como melhor amigo do homem, e tal título não é obra do acaso: eles são companheiros, carinhosos e ligados aos indivíduos de seu convívio. Tal informação se confirma quando fica clara a predileção do cão por camas e tapetes próximos ao local de trabalho e descanso dos tutores. Uma dica para as caminhas subutilizadas em casa é movê-las para locais onde as pessoas geralmente passam o tempo, afinal, os caninos se sentem mais seguros perto de quem eles confiam.

No entanto, não há problema se o cachorro não se deitar nas camas, apoios e casas compradas com essa finalidade. Cada animal tem suas preferências e necessidades, que variam de acordo com raça, metabolismo e pelagem. Muitas vezes, cães mais calorentos e peludos tendem a se deitar no chão, principalmente pisos de cerâmica e porcelanato, visando estabelecer uma temperatura corporal agradável.

Além disso, deitar-se no solo ou próximo dele também permite a rápida movimentação, pois a maioria dos cães não têm destreza para subir e descer de locais estreitos e internos com facilidade. Também possibilita a observação do ambiente, já que contam com um olfato apurado, melhor visão a curtas do que longas distâncias e facilidade de identificar bem os objetos ao redor.

Hábitos e esconderijos

Os felinos têm um olhar que se destaca, com pupilas em fendas. Tal característica influencia diretamente sua capacidade de enxergar bem com baixa luminosidade, sendo considerados animais notívagos. Portanto, seus ciclos biológicos são adaptados para o descanso profundo ao longo do dia e alta atividade durante a noite.

Leila Sena, veterinária especializada em gatos, assegura, no entanto, que, quando criados desde filhotes por seus tutores, esses animais podem se adaptar completamente a suas rotinas, dormindo à noite e sendo mais ativos durante o dia, mesmo que não seja a tendência natural desses animais. Para isso, os gatos devem receber atenção ao longo do dia, seja com brincadeiras, seja com outros estímulos que os mantenham acordados e gastando energia.

Cada gato é único, e o tutor não deve se frustrar caso ele não durma a noite toda. Há exceções e alguns bichanos, mesmo acompanhados desde pequenos, podem, ainda assim, ficar acordados pelo menos boa parte do período que normalmente as pessoas descansam. Esses horários variam muito de acordo com a idade deles. Felinos mais jovens tendem a ficar mais alertas de noite e madrugada, caçando pequenos insetos ou apenas vagando pelos ambientes próximos, enquanto os idosos costumam dormir mais à noite, aproveitando o silêncio.

Rachel Alves Nariyoshi adotou Mimosa, uma gata de 2 anos, recentemente. Ela percebe que a companheira tira várias sonecas durante o dia, principalmente em cima de camas, sofás e outros locais elevados. “Raramente a vemos dormindo no chão ou em locais muito baixos. Ela também apresenta uma preferência por descansar sobre almofadas, travesseiros e até roupas”, relata.

A veterinária Leila afirma que é uma caraterística típica dos gatos, ligada à evolução natural. “Gatos são predadores carnívoros, mas são, ao mesmo tempo, presas. Eles vão procurar locais seguros e calmos para dormir quando estão mais vulneráveis.” Por isso, as propensões felinas a dormir em locais altos e macios são a soma de conforto e segurança que o animal procura.

Nesse sentido, camas suspensas e nichos presos a paredes podem ser mais atrativos, pois permitem que os animais tenham controle do ambiente em que estão inseridos, com um bom acesso visual ao perímetro. Entretanto, existem alguns gatos que vão preferir dormir em caixas, em cima de arranhadores e embaixo de móveis. Assim sendo, os tutores devem observar os hábitos do animal antes de efetuar a compra, para uma melhor adaptação do animal no novo local.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

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